Investidores devem preparar-se para mais tempos difíceis - TVI

Investidores devem preparar-se para mais tempos difíceis

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PSI20 acumula mais 12% de perdas que congéneres europeias no 1º semestre

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Os primeiros seis meses do ano não foram fáceis para o mercado bolsista quer a nível nacional, quer a nível internacional. Pelo contrário, alguns analistas falam até em cenário «negro» e de recuperação pouco visível no curto prazo. Facto é que, se o contexto económico à volta das taxas de juro e petróleo se mantiver, não há razões para acreditar que os mercados venham a brindar os investidores com recuperações sustentadas no próximo semestre.

Nos primeiros seis meses do ano, a Bolsa em Lisboa destacou-se por uma desvalorização de cerca de 32 por cento, estando a negociar abaixo do patamar dos 9 mil pontos, quando no início do ano rondava os 13 mil.

É assim legítimo falar de um semestre «negro», como refere o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia. No período em análise, as cotações nacionais já cederam à volta de 32%. Na Europa, as perdas rondam os 20%. «É uma má performance, quer em termos absolutos, quer relativos», disse quando contactado pela Agência Financeira.

PSI20 encerra semestre a cair 31,6%

Segundo o responsável, há três razões que justificam a má performance bolsista nacional. Em primeiro lugar, Filipe Garcia fala do «ajustamento das expectativas a um cenário de menor crescimento económico e de inflação, sobretudo após a divulgação de resultados do primeiro semestre». Mas há também um «maior risco percebido pelos investidores relativamente à solvência das empresas. Falamos do sector financeiro, mas não só. Receia-se que as empresas mais envidadas venham a ter problemas de solvência», diz.

Para além disso, «taxas de juro mais altas afectam os resultados e, tão ou mais importante, os factores de desconto de cash flows usados nas avaliações e o custo dos capitais próprios e alheios», lembra o economista.

Estratégia delineada é caminho para investimento mais seguro

Razões que se podem manter no segundo semestre. Quando questionado se há probabilidades de virmos a assistir a uma recuperação nos próximos meses, Filipe Garcia afirma que «não há ainda sinais nesse sentido».

E, assim sendo, «é natural que sejam os investidores institucionais os primeiros a sair de um mercado que consideram ser menos atractivo já que a sua abordagem ao mercado é mais sistemática e objectiva. Se a onda de pessimismo continuar é de esperar que os particulares acabem também por desinvestir ou pelo menos que deixem de comprar».

Perante tal cenário, e incitado a dar alguns conselhos aos investidores, Filipe Garcia recomenda «os de sempre». Ou seja, «que se conheçam, que tenham uma estratégia, sejam disciplinados, racionais e que, por princípio, não se endividem para comprar acções».
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