CMVM esclarece duras criticas proferidas por Fernando Ulrich

O presidente do BPI, Fernando Ulrich, disse na quarta-feira que as autoridades de supervisão (Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) «actuaram tarde» em relação às investigações que estão a decorrer no BCP.

Face às declarações produzidas pelo presidente da comissão executiva do Banco BPI, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) diz esta quinta-feira considerar ser «seu dever informar o mercado, sem prejuízo do dever de sigilo a que está obrigada, do seguinte»: «a denúncia apresentada em 10 de Outubro de 2006 pelo Banco BPI à CMVM e ao Banco de Portugal relativa a alegadas irregularidades no Banco Comercial Português (BCP), deu origem, nas matérias que são da competência desta Comissão, a processos de cuja instauração foi dado conhecimento em devido tempo ao presidente Executivo do BPI».

Conclusões preliminares não constavam da denúncia

Segundo a mesma, «as operações sobre aquisição de acções emitidas pelo BCP alvo dessa denúncia envolvendo um montante de 54 milhões de euros, foram averiguadas pela CMVM e pelo Banco de Portugal no âmbito das respectivas competências e as suas conclusões foram igualmente comunicadas ao BPI» e «em resposta a pedidos de informação específicos da CMVM no âmbito da acção de supervisão iniciada na sequência da denúncia do BPI, não foram fornecidos pelo BCP elementos que permitissem sequer indiciar a existência de outras operações de natureza semelhante, que se constata agora terem sido omitidas».

Por fim, acrescentam que «nenhum dos factos referidos nas conclusões preliminares da acção de supervisão da CMVM actualmente em curso, divulgadas pelo BCP ao mercado a 23 do corrente mês, constam da denúncia apresentada pelo BPI à CMVM e ao Banco de Portugal».

As acções do BCP fecharam a descer 2,33% para 2,93 euros, enquanto as do BPI perderam 1,10% para 5,39 euros.