Católica prevê que economia nacional cresça 0,7% em 2008

Os economistas da Universidade Católica Portuguesa esperam que a economia nacional cresça 0,7 por cento este ano, menos cinco décimas que na projecção de Julho.

Já para 2009, subsiste «ainda uma extraordinária incerteza». Em todo o caso, os especialistas esperam que a economia europeia só retorne ao seu ritmo de crescimento tendencial no final do próximo ano.

Em consequência, espera-se um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2009 inferior ao previsto para 2008.

Recessão não está excluída

«Em particular, a estimativa central para o crescimento do PIB em 2009 é agora de 0,5% (menos um ponto percentual que na previsão de Julho), sendo que a economia portuguesa só deverá voltar a crescer a um ritmo próximo do tendencial em 2010», referem.

No 3º trimestre, a economia portuguesa voltou a desacelerar face à sua trajectória anterior. A estimativa central para o crescimento do PIB neste trimestre aponta para uma variação em cadeia negativa, de menos 0,1%, e para um crescimento homólogo de 0,6% (menos uma décima que no trimestre anterior).

«As perspectivas para 2008 e 2009 voltaram a agravar-se, quer devido às debilidades específicas da economia portuguesa, quer face aos novos indícios de deterioração da conjuntura externa-mais persistentes e severos do que o anteriormente admitido», dizem ainda os economistas da Católica.

Apesar desta forte redução nas previsões de crescimento, o mesmo grupo de especialistas entende que é prematuro afirmar que a economia nacional entrou num novo ciclo negativo.

«Contudo, face à actual crise financeira e à incerteza que caracteriza a economia global, não se exclui liminarmente um quadro recessivo, caracterizado por um longo período de crescimento do PIB abaixo do seu ritmo potencial», acrescentam.