G-20 defende acção coordenada para superar dificuldades - TVI

G-20 defende acção coordenada para superar dificuldades

dinheiro

Não foram definidos detalhes sobre as medidas a serem tomadas no âmbito da regulação e da fiscalização

Relacionados
Os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 defenderem este domingo, no fim de um encontro de dois dias, em São Paulo, a necessidade de uma acção coordenada para superar a actual crise financeira.

«Como se trata de uma crise global, exige uma acção global. Daí a procura de instituições para exercerem essa acção global», disse o ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, numa conferência de imprensa, avança a «Lusa».

O ministro brasileiro salientou que o G-20, criado há 10 anos, após a crise financeira asiática, como um fórum de debates, é «um forte candidato» para assumir o papel de coordenação contra a crise.

«Os (países) emergentes exigem uma participação maior nas decisões que são tomadas, não podem estar numa condição de inferioridade nas decisões do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial e do FSF (Fundo de Estabilidade Financeira)», realçou.

O fortalecimento do G-20, que reúne os 19 países mais industrializados e em desenvolvimento e a União Europeia, será uma das propostas a serem discutidas na cimeira dos chefes de Estado da entidade, em Washington, no próximo fim-de-semana.

«Não chegamos a definir com detalhes as medidas a serem tomadas no âmbito da regulação e da fiscalização, embora isso tenha sido salientado por todos os países», afirmou Mantega, ao lado do ministro das Finanças da África do Sul, Trevor Manuel.

O secretário de Finanças do Tesouro do Reino Unido, Stephen Timms, realçou que há uma «grande quantidade de capitais a fluir através de fronteiras e os investidores buscam o retorno rápido sem prestar atenção aos riscos».

Lula da Silva pede maior transparência

«É uma crise global e requer uma resposta global. A primeira providência deve ser regular o mercado financeiro», disse o secretário do Reino Unido, próximo país a ocupar a presidência rotativa do G-20.

Na abertura do encontro sábado, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu aos países ricos mais transparência em suas políticas financeiras e disse que o mundo tem que evitar «tentações proteccionistas» para superar a actual crise.

«Cada país deve assumir suas responsabilidades», realçou Lula da Silva para quem «é imperioso aumentar a transparência com novos mecanismos universais de revisão das políticas internas dos mercados financeiros».

O oitavo encontro anual do G-20 reuniu também o director gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

Participam da reunião do G-20 ministros e presidentes dos bancos centrais dos países industrializados e em desenvolvimento.

Integram a organização o Brasil, Rússia, Índia, China, México, África do Sul, Coreia do Sul, Argentina, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, Turquia, União Europeia e os países do G-7 (EUA, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, Itália e França).
Continue a ler esta notícia

Relacionados