Operação «furacão» já rendeu 40 milhões ao fisco

O fisco já recuperou, nos últimos dois anos, mais de 40 milhões de euros em regularizações voluntárias de impostos, resultantes da «Operação Furacão», revela esta quinta-feira o «Diário de Notícias».

Os dados, a que o DN teve acesso, são do Ministério das Finanças. Espera-se, a curto prazo, que as correcções à matéria colectável a empresas e administradores resultem em ganhos fiscais de mais umas dezenas ou mesmo centenas de milhões de euros.

Após dois anos de investigações, que envolveram equipas criminais e duas dezenas de inspectores fiscais, o resultado cifra-se em 200 arguidos, mais buscas a bancos e escritórios de advogados. O contorno esquemático da fraude (seguida da descapitalização da empresa) é na aparência simples, embora requeira «mecanismos de despiste» complicados. Assim, por norma uma firma «fantasma» em Inglaterra (fora da Zona Euro) emite uma factura (falsa), recepcionada pela empresa em Portugal. Esta última paga a factura à sociedade fantasma, que, por sua vez, transfere o dinheiro para uma «offshore», controlado pelos administradores da empresa portuguesa.

A partir daqui, fazer entrar o dinheiro nas contas pessoais ou proceder a investimentos por conta dos gestores é brincadeira de crianças. Aqui entra em cena o «apoio logístico» da banca, ao criar «veículos» de produtos para esvaziar a carga fiscal.