«Lojas discount não têm de ser feias, porcas e más»

A estratégia futura para o Grupo Auchan Portugal passa pela exploração do conceito discount. Se em 2008 se deu o relançamento da insígnia Pão de Açúcar, este ano contemplará a abertura de três novos espaços, entre os quais o de Olhão e o do Carregado.

Sobre o posicionamento do grupo neste sector, o presidente é claro: «Em Portugal, há muito a tendência de para se ser discount tem de se ser feio, porco e mau. Não é verdade, ser-se discount é ser-se eficiente», disse Eduardo Igrejas aos jornalistas, na conferência de imprensa que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.

Grupo Auchan vai criar mil postos de trabalho este ano

O conceito de lojas de proximidade, com um formato de assente na área alimentar, é para o Grupo Auchan também um reflexo das tendências de mercado e da procura de produtos a preços mais baixos.

«A pressão sobre o preço baixo existe e vai-se manter. Só é possível um grupo manter-se se houver eficiência dos processos», esclarece Eduardo Igrejas.

Vêm aí seis novos postos de combustível de baixo preço

Outra tendência sobre a procura de baixo preço denota-se no desenvolvimento de marcas próprias, que aumentaram a sua participação nas vendas tanto do Pão de Açúcar como do Jumbo, bem como uma maior procura por artigos em promoção.

No entanto, o presidente do Grupo Auchan considera que «as marcas próprias dentro do grupo não servem para tirar espaço aos produtos dos fabricantes» e que a ideia continuará a passar por um variedade de oferta. «Não nos podemos substituir aos fabricantes», acrescenta.

Páscoa em Abril afectará dados do 1.º trimestre

A crise financeira já se sente ao nível do consumo e o facto da Páscoa ser este ano em Abril também pesa no negócio, quando chega a hora de contabilizar os ganhos do primeiro trimestre.

«Este princípio de ano é o que apresenta sinais de maior preocupação», reconhece Eduardo Igrejas, mas sublinha que as vendas ao nível das várias insígnias do Grupo Auchan estão muito próximas dos objectivos traçados.

As mudanças nas compras sentem-se, por exemplo, ao nível da electrónica: «Hoje há menos margem de manobra para comprar uma segunda ou terceira televisão», observa.

«Estamos a sentir nas nossas lojas um abrandamento no estilo de consumo. Há uma maior contenção nos gastos e uma opção por produtos no valor acrescentado mais baixo. O desemprego é o que é, o nível de endividamento das famílias é o que é», conclui o presidente da empresa.