Comissão Nacional Concorrência analisa preços combustíveis

A Comissão Nacional da Concorrência espanhola está a «analisar» se as petrolíferas terão ou não pactuado para fixar os preços dos combustíveis que apesar de caírem nas últimas semanas não reflectem as quedas no preço do crude.

Fonte da CNC disse à «Lusa» que a investigação surgiu depois de se verificar que as quedas de mais de 18 por cento no preço do crude no mercado internacional não se reflectiram no preço dos combustíveis.

«É um tema que está a ser analisado. Este é um mercado em que a CNC sempre está vigilante. Está sempre a analisar o sector e se visse indícios reais para abrir uma investigação formal naturalmente que o faria», confirmou a fonte.

«Mas há procedimentos que se seguem, sendo que neste sector em particular a vigilância é constante», sublinhou.

Valores

Os últimos dados oficiais indicam que o preço do gasóleo caiu 1,25 por cento na primeira quinzena deste mês e o preço da gasolina caiu 0,92 por cento.

Na passada segunda-feira um litro de gasolina custava 1,183 euros e um de gasóleo 1,185 euros, comparativamente aos 1,194 euros e 1,200 euros, respectivamente, que custavam no dia 01 de Setembro.

Em comparação o barril de Brent caiu de 109 para 82 dólares, entre 01 e 15 de Setembro, o que equivale a uma redução de 18 por cento.

Desde meados de Junho quando se atingiram níveis máximos, os preços do litro de gasóleo e de gasolina registaram quedas de 10,83 por cento e de 7,29 por cento, respectivamente.

Apesar disso, porém, e se analisados os preços desde o inicio do ano, a gasolina aumentou 6,19 por cento e o gasóleo 9,52 por cento.

No inicio da semana o ministro da Industria, Turismo e Comércio, Miguel Sebastián garantiu que o governo vai estar «vigilante» para comprovar se queda no preço do crude se reflecte «sem atrasos injustificados» no preço dos combustíveis.

Sebastián disse que a evolução do preço do petróleo nas últimas semanas «permite antecipar» que o preço do gasóleo e da gasolina continuarão a baixar nas próximas semanas.

No entanto e dado o facto do mercado ser «muito relevante» para a economia, os reguladores e o próprio governo «exercem um controlo apertado» sobre as actividades «para que a concorrência e a transparência imperem nos processo de formação de preços».