«Baixa de IVA ou IRS pode levar a maior poupança em vez de consumo» - TVI

«Baixa de IVA ou IRS pode levar a maior poupança em vez de consumo»

Teixeira dos Santos

Alternativa passa por apoiar com reforço das prestações sociais famílias mais carenciadas

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O ministro das Finanças explicou na noite de quinta-feira, em entrevista à «:2», porque não baixa o IVA ou o IRS. Segundo Fernando Teixeira dos Santos, não é certo que a medida estimulasse o consumo, como se pretende.

«Entendo que, se o desafio que temos pela frente é o de provocar um estímulo à actividade económica, as medidas que tomamos têm de ter um impacto imediato, o mais rápido possível, sobre a procura de bens e serviços e, consequentemente, sobre a produção. E não é certo que uma descida do IVA tenha esse impacto na procura, ela pode-se traduzir em maior poupança», afirmou.

O governante considerou ainda que, «atendendo às dificuldades dos orçamentos familiares, é muito natural que a reacção de muitos agentes económicos seja aproveitar essa descida dos impostos para pouparem mais e não para estimular a procura».

Mas Teixeira dos Santos criticou ainda a forma como a proposta de baixar o IVA foi incluída pela Comissão Europeia no chamado Plano Barroso, de apoio à actividade económica. «Na minha leitura, a Comissão acabou por incluir a medida para satisfazer os ingleses, porque houve uma decisão unilateral (e legítima) por parte do Reino Unido de baixar o IVA. Mas o Plano Barroso não tinha de ser «barriga de aluguer» de uma medida que foi adoptada de forma individual e isolada pelo Reino Unido», avançou.

Quanto a uma eventual baixa do IRS, o ministro considera que «teria o mesmo tipo de problemas». Por isso, diz, «nesta situação, a nossa preocupação deve ser apoiar as famílias de mais baixos rendimentos, e poderá ser mais eficaz fazê-lo reforçando prestações familiares, que tenham um impacto imediato sobre o rendimento das famílias, de forma mais rápida e visível, do que a redução do IRS. Porque os portugueses só terão a percepção do impacto de uma baixa do IRS no seu rendimento disponível de uma forma mais diluída no tempo», concluiu.
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