Bancos criam novos produtos para facilitar crédito habitação

Os bancos têm vindo a introduzir novos produtos no mercado de crédito. Entre eles estão, nomeadamente, a possibilidade da reconversão de passivos de curto prazo sem garantia real em passivos de médio/longo prazo com garantia real (tipicamente hipotecária e com vantagens em termos de taxa de juro), a existência de períodos de carência de capital nos primeiros anos dos empréstimos, a adopção de prazos de amortização variáveis (que permitem a manutenção, dentro de determinados limites, do serviço da dívida num contexto de variação das taxas de juro) ou mesmo a possibilidade de pagamento de uma importante parcela do empréstimo no final do contrato.

Esses produtos, que deverão ter associado um aumento do valor actual do custo da dívida, têm como principal objectivo conter no curto prazo o esforço financeiro associado ao serviço da dívida, refere o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira de 2005.

Estas políticas deverão ter permitido a fixação de preços mais adequados ao perfil de risco de cada devedor, assim cobrindo melhor o respectivo risco associado.

Com isto, o sector bancário tem conseguido manter elevadas taxas de crescimento do crédito e mitigar a emergência de situações de incumprimento, ao possibilitar a contenção do grau de esforço associado a níveis crescentes de endividamento.

«Num contexto de taxas de juro crescentes, será de esperar que a adopção destas novas modalidades contratuais se possa intensificar», refere.

No entanto, a instituição liderada por Vítor Constâncio alerta que estas práticas estarão a contribuir para criar um trade-off entre a expansão do endividamento do sector e da procura interna no presente e no futuro.