EDP fora do cenário de OPAs no sector da energia - TVI

EDP fora do cenário de OPAs no sector da energia

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A Energias de Portugal (EDP) não deve ser alvo de qualquer Oferta Pública de Aquisição vinda do estrangeiro, segundo os analistas contactados pela «Agencia Financeira».

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«Não acho provável que a EDP venha a ser alvo de uma OPA, de qualquer forma traz sempre uma animação acrescida no curto prazo, mas diria que há um excesso de entusiasmo», afirmou Pedro Morais, analista do BES.

Outros analistas, que não quiseram ser identificados, adiantaram que a não acontecer a oferta da empresa alemã, E.ON, a EDP é uma empresa «pouco apetecível», pelo menos a curto prazo. «A eléctrica nacional muito dificilmente seria comprada porque continua a ter estatutos blindados. Já a longo prazo pode ser diferente». «A Iberdrola seria o primeiro alvo, tanto da Gás Natural como da E.ON, nunca a EDP», avançou outro.

Quanto à oferta alemã, os analistas estão confiantes no seu sucesso uma vez que consideram o preço «atractivo» e que o Estado espanhol, apesar de se opor politicamente, nada vai conseguir fazer para a evitar.

Pedro Morais diz ainda, «não me parece que a E.ON perca, isso só aconteceria se houver uma contra-oferta da Gás Natural associada a outra operadora do sector. Se o governo não aprovar a OPA ficará numa situação complicada, estaria a ir contra a livre circulação de capitais».

Se se concluir, os analistas vêem esta oferta como positiva para o minoritário da Endesa, mas já para a estratégia da EDP «pode trazer alguns problemas». «A eléctrica portuguesa teria ainda alguma intenção em ficar com activos provenientes da fusão da Endesa com a Gás Natural e se a oferta da E.ON for para a frente já não haverá leilão. Por essa via é negativo. Além de que entra na Península Ibérica um concorrente ainda com mais capacidade financeira do que aqueles que já existiam».

Pedro Morais também vê assim afastada a possibilidade da EDP comprar activos da Endesa, mas não considera que isto seja necessariamente negativo «Claramente que tanto a EDP como a Iberdrola não terão essa possibilidade de crescimento. Isso não seria negativo, a EDP nunca conseguiria muitos activos em Espanha. Estava mais encaminhado para ser a Iberdrola a comprar».

Já para um accionista minoritário da EDP, a opinião foi diferente, «o ângulo especulativo da EDP e de todo o sector é mais elevado. Para o minoritário parece-me bom».

Relativamente aos efeitos de uma operação destas como a lançada pela E.ON, o analista do BES considera que se pode «criar um certo precedente para tornar este tipo de operações mais fáceis».
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