Fusão BCP e BPI cria maior grupo financeiro português

O oferente da OPA, o BCP, maior banco privado do país detém actualmente 76,850 mil milhões de activos, enquanto o BPI, alvo da OPA, detém cerca de 30,1 mil milhões de activos.

A concretizar-se a OPA, os activos do grupo financeiro que irá surgir ascendem a 106,95 mil milhões, um valor superior ao actualmente detido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), maior banco nacional. Refira-se que a CGD detém 86,8 mil milhões de activos.

Para além dos activos, a força do novo gigante no sector da banca é ainda mais incontestável quando toca a resultados líquidos. Em 2005, a Millennium bcp foi o «campeão» dos lucros, com 753, 7 milhões de euros em 2005, resultados que se encontram 40% acima dos registados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde atingiram os 537,6 milhões de euros.

O banco liderado por Fernando Ulrich alcançou os 250,9 milhões de euros, no ano passado. Somados os lucros do BCP e do BPI, os valores atingem os 1.004,6 milhões de euros.

Em caso de fusão, o novo grupo financeiro apresentaria, inevitavelmente, resultados líquidos muito superiores ao da CGD.

Recorde-se, ainda, que o BPI foi, no ano passado, o mais rentável entre os cinco «grandes», com um ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 30,2%, registando igualmente a maior variação percentual neste indicador.

O Millennium bcp é igualmente o maior banco português, no que toca ao crédito concedido, liderança alcançada em anteriores exercícios. O banco tem uma carteira de crédito total de 52,9 mil milhões de euros, contra 51,3 mil milhões da CGD, diferença já superior a mil milhões de euros.

No entanto, o banco público continua a ser líder incontestado no crédito à habitação, com um saldo de carteira de 28,6 mil milhões de euros no final do ano passado, contra 19,6 mil milhões do Millennium bcp. No entanto, o banco de Paulo Teixeira Pinto apresentou um forte crescimento deste segmento, aumentando 23,8% no ano passado.

Nos depósitos de clientes, a CGD apresenta igualmente uma «confortável» liderança, com este tipo de aplicações a totalizar 49,6 mil milhões de euros no final do ano passado, contra 34,3 mil milhões de euros do BCP.