Galp nomeia Murteira Nabo para presidente e adia escolha de CEO (Actualização1)

Quanto à nomeação da nova comissão executiva, a mesma fonte afirmou, à saída da AG, que «foi adiada. Provavelmente sairá da reunião do conselho de administração que acontecerá na próxima segunda-feira», dia 30 de Maio. O nome do próximo CEO sairá do Conselho de Administração agora eleito.

Murteira Nabo, antigo presidente da Portugal Telecom, sucede assim a Joaquim Ferreira do Amaral, cujo mandato terminou a 31 de Dezembro de 2004, tal como o da comissão executiva, liderada ainda por Mário de Abreu, enquanto se espera pelo seu sucessor, tal como noticiara a Agência Financeira.



Fonte conhecedora do processo e próxima dos accionistas, afirmara à Agência Financeira ao final da manhã, que o novo CEO não estava escolhido na altura e quando questionada sobre a possibilidade de Paulo Pereira, actual quadro da Morgan Stanley, poder ser o eleito, a mesma fonte disse categoricamente que «esse gestor não será o novo CEO». No momento corriam rumores que apontavam que Paulo Pereira, actual responsável pela divisão de fusões e aquisições na Europa e Ásia da Morgan Stanley, teria sido escolhido por Murteira Nabo para a presidência executiva da empresa de combustíveis. Também o adiamento da escolha da comissão executiva tinha sido avançado como hipótese pela mesma fonte.

Entretanto, e afastado que está o nome de Paulo Pereira, foram nomeados como vogais da administração José António Marques Gonçalves, antigo presidente da Opel Portugal, André Palmeiro Ribeiro, Fernando Gomes, antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, João Pedro Brito, responsável do GPL, e Eduardo Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado da Energia do Governo de Guterres.

Do anterior Conselho de Administração transitam ainda Rui Cartaxo, José Penedos, Rui Oliveira Horta e Costa, Pina Moura (em representação da Iberdrola), e os cinco italianos em representação da ENI, a saber Giancarlo Rossi, Camillo Gloria, Ângelo Taraborrelli, Federico Ermoli e Giorgio Puce.

O novo presidente da Assembleia-Geral é Pedro Rebelo de Sousa, que substitui João Morais Leitão.

Estado encaixa 49,5 milhões com dividendos

Para além deste ponto, o da eleição dos órgãos sociais para o triénio 2005-2007, foi ainda aprovado um voto de louvor ao desempenho da administração, bem como aprovadas as contas da petrolífera relativas ao exercício de 2004 e o dividendo a pagar. Tendo em conta que a proposta da administração passou, o accionista Estado vai encaixar 49,5 milhões de euros em dividendos.

A Galp Energia obteve lucros recorde de cerca de 333 milhões de euros, em 2004, um crescimento de 35% face a 2003 e o que os accionistas hoje aprovaram foi a aplicação de 333.073.969 euros do resultado líquido, dos quais 165.850.127 milhões para o dividendo, 16.653.198 para dotação à reserva legal a 5% e 150.570.643 euros para resultados transitados.

Refira-se que a Galp Energia é controlada directamente pelo Estado em 25,77%. A Parpública controla 4,23%, os italianos da ENI possuem 33,34%, enquanto a espanhola Iberdrola mantém os seus 4% no capital da petrolífera. São ainda accionistas da empresa, a Rede Eléctrica Nacional (REN), com 18,3%, enquanto a Portgás e a Setgás detêm 0,044%, cada uma.