Indemnizações milionárias na PT e na EDP - TVI

Indemnizações milionárias na PT e na EDP

Horta e Costa

Miguel Horta e Costa, Carlos Vasconcellos Cruz, Iriarte Esteves e Paulo Fernandes, ex-administradores executivos da Portugal Telecom, receberam 9,7 milhões de euros pela não renovação do mandato no ano passado.

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A informação, avançada no relatório e contas da PT, não discrimina o valor que coube a cada gestor, mas presume-se que o presidente executivo, Horta e Costa, tenha recebido mais. Dividindo o montante total pelos quatro gestores o resultado dá 2,4 milhões de euros a cada, avança o «Diário de Notícias».

O valor total das indemnizações pagas pela PT ascendeu a 10,672 milhões de euros, para além do ordenado correspondente aos meses em que desempenharam cargos em 2006. Este total inclui 967 mil euros atribuídos ao presidente não executivo, Ernâni Lopes. O seu mandato não foi renovado e, na actual administração, nomeada para o triénio 2006 a 2008, Henrique Granadeiro acumula a presidência executiva e não executiva.

A Portugal Telecom, onde o Estado exerce direitos especiais via golden-share mesmo sem participação relevante no capital, tem um regime que estabelece o pagamento de compensações a título de cláusulas de exclusividade aos administradores que não são reconduzidos em novo mandato. Em contrapartida, estes não podem, durante dois anos, exercer cargos em empresas concorrentes e ao mesmo tempo deixam de ter vínculo à PT. Fonte oficial da PT realça que a empresa não é obrigada por lei a divulgar estes valores, mas que o faz por uma questão de transparência.

Em 2006, houve lugar a eleições para a administração que levaram à escolha de Henrique Granadeiro para o lugar de presidente executivo e não executivo. Na nova comissão executiva ficaram, da anterior composição, Zeinal Bava, Rodrigo Costa e Henrique Granadeiro. Os dois últimos entraram para administração como executivos já no final do anterior mandato. Miguel Horta e Costa e os vogais Carlos Vasconcellos e Cruz, Iriarte Esteves e Paulo Fernandes saíram dos próprios quadros da PT. Horta Costa, que hoje é administrador do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), e Iriarte Esteves, pediram a reforma antecipada.

Ainda de acordo com o «DN», na EDP, empresa onde o Estado é ainda o maior accionista, com 20,5%, os administradores cessantes da equipa liderada por João Talone receberam, em 2006, um total de 6,375 milhões de euros. Desta soma, 824 mil euros correspondem à remuneração fixa dos três meses que estiveram no cargo em 2006. O resto, 5,537 milhões, representa remunerações variáveis pelo cumprimento de objectivos de gestão que incluem o prémio anual em dinheiro e planos de compra de acções, stock options, da própria EDP.

Segundo as contas de 2006 da eléctrica, o anterior presidente da comissão executiva, João Talone, recebeu cerca de 1,3 milhões de euros, dos quais 1,183 milhões foram remuneração variável. O presidente do conselho de administração, Francisco Sánchez, teve direito a cerca de um milhão de euros, que inclui 882 mil euros de prémio em dinheiro e stock options. Em 2005, estes dois gestores tinham ganho 717 mil euros. Os outros cinco administradores executivos saíram com um total de 3,965 milhões.
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