Mercado imobiliário europeu deverá cair para níveis de 2005 - TVI

Mercado imobiliário europeu deverá cair para níveis de 2005

Ainda assim, esperam-se condições positivas de procura nos mercados europeus de ocupantes

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O volume de investimento imobiliário em 2008 pode decrescer cerca de 20 por cento face aos níveis estimados para 2007 e deverá mesmo ficar nos níveis de 2005, de acordo com a Jones Lang LaSalle. Ainda assim, a empresa de prestação de serviços imobiliários acredita que a retoma da economia seja suficientemente forte para gerar condições positivas de procura nos mercados europeus de ocupantes.

O presidente da empresa, Tony Horrell, aponta que «o ajustamento de preços iniciado no segundo semestre do ano continuará no primeiro semestre de 2008, com um novo consenso de mercado sobre o «valor justo» a alcançar em meados do ano».

Analisando o estado actual do mercado, Tony Horrell acrescenta: «O mercado de subprime levou a que a crise do crédito do princípio de Agosto surgisse num momento em que os mercados de imobiliário terciário estavam em alta. Desta forma, as preocupações de fundo sobre os prémios de diminuição de risco para todo o tipo de imóveis e sobre a sustentabilidade dos yields em mínimos recorde eram evidentes».

Yields podem voltar a crescer

No início de Setembro, para a Jones Lang LaSalle, eram claros os sinais de que a fase de crescimento sustentável dos níveis de investimento imobiliário estava a chegar ao fim, marcando um momento decisivo neste mercado na Europa.

«Reconhecemos que a crise do crédito pode ter consequências imprevisíveis, o que afectará os preços na Europa de várias maneiras. O ajustamento de preços já se iniciou no Reino Unido, com a Europa Continental a seguir o exemplo. Prevejo que os yields possam crescer novamente em 2008, principalmente na primeira metade do ano, de forma mais expressiva nos escritórios e menos significativa nos sectores de retalho e industrial», diz o responsável.

A empresa estima ainda que, no final de 2008 e de forma global, os yields possam ter aumentado cerca de 40 pontos base. «As restrições na concessão de crédito terão impacto nas vendas de lotes e portfólios de grande dimensão, com o número de operações acima dos 300 milhões de euros a assistir a uma redução significativa. Parte desta quebra dever-se-á ao declínio da valorização de capital, principalmente no mercado de escritórios».

Contudo, a Jones Lang LaSalle espera também que os volumes subjacentes se reduzam. «Ainda assim, os níveis de investimento ficarão próximos dos registados em 2005. Os investidores deverão ser mais pragmáticos nos processos de transacções neste novo contexto, realizando-se mais negócios directos e fora do mercado».

Perspectiva para o mercado de ocupação de escritórios mantém-se dinâmica

Quanto às previsões para o mercado de arrendamento, mantêm-se dinâmicas em 2008, e espera-se um crescimento positivo das rendas, ainda que a um ritmo menor do que o registado em 2007. No global, estima-se que a absorção bruta de escritórios possa ser inferior em apenas 10% face a 2007. «Alguns mercados serão mais afectados, particularmente os que têm maior exposição aos serviços financeiros como são os casos de Londres, Madrid e Frankfurt, onde é provável assistir-se a um maior abrandamento da procura. Contudo, os níveis de oferta na Europa deverão manter-se sob controlo».

E terminam: «O crescimento das rendas de escritórios deverá abrandar em muitas das principais cidades europeias em 2008, mas manter-se-á em território positivo na maioria dos mercados».
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