OPA do BCP sobre BPI faz mais sentido que Sonaecom sobre PT - TVI

OPA do BCP sobre BPI faz mais sentido que Sonaecom sobre PT

BPI/BCP

Schroders considera preço oferecido pelo BCP baixo.

O gestor do fundo de investimento da Schroders «Euro Dynamic Growth», Andrew Lynch, disse hoje que a OPA lançada pelo BCP sobre o BPI faz mais sentido do que a da Sonaecom sobre a PT.

Num encontro com jornalistas, Andrew Lynch disse que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonaecom «levanta questões concorrenciais na área das telecomunicações móveis» e «uma grande dívida pós-transacção que não será muito saudável».

«Se as taxas de juro continuarem a subir e a concorrência a aumentar, essas poderão ser más notícias para os accionistas», acrescentou.

O gestor deste fundo que integra acções da Zona Euro considera que o balanço após a OPA da Sonaecom estará «muito mais esticado, será muito mais difícil», devido ao nível da dívida.

Já a oferta do BCP sobre o BPI, Andrew Lynch considera que «faz mais sentido», embora seja da opinião que o preço oferecido pelo banco liderado por Paulo Teixeira Pinto «é muito baixo».

«A oferta não reflecte o valor após concretizada a operação«, afirmou.

Comparando com a OPA da Sonaecom, Andrew Lynch refere que, neste caso, «é mais fácil ver onde serão cortados custos e os impactos da reestruturação», disse, dando como exemplo o valor que poderá ser gerado com a venda de imobiliário, nomeadamente através da redução de balcões.

O gestor apontou igualmente as vantagens que poderão advir no caso da oferta de produtos bancários.

Este negócio poria «duas bases de clientes juntas, o que pode ser uma boa forma de estimular o crescimento orgânico do negócio».

Passaria, assim, a estar disponível um maior número de produtos, que poderiam ser vendidos a um maior número de clientes, disse ainda.

Além disso, «o balanço posterior à transacção seria melhor», acrescentou.

Em termos de ofertas em curso, Andrew Lynch falou ainda nos casos da fusão Suez/Gaz de France e na OPA da E.ON sobre a Endesa.

No caso da operação em França, o gestor considera que «faz sentido do ponto de vista industrial» e que, quando concluída, «reflectirá melhor o valor fundamental da Suez do que numa base individual«.

Relativamente à OPA da E.ON, disse, trata-se de um negócio «mais focado na dimensão, na escala».
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