Páscoa: portugueses escolhem Algarve para poupar

[Notícia actualizada às 17:52]

Em altura de crise, os portugueses apostaram mais em férias de Páscoa no Algarve do que no estrangeiro, a contrariar a tendência dos anos anteriores. Por outro lado, este turismo vem esbater «um pouco» a diminuição da procura externa, revelou o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) à Agência Financeira.

O que são as nano-férias»

«Aumentou a procura por parte dos portugueses e também dos espanhóis que, em período de férias, escolhem não ir para longe para gastar menos dinheiro», disse Elidérico Viegas.

Por outro lado, o responsável diz que, em geral, se prevê uma quebra na procura pelo destino de eleição de muitos estrangeiros, nomeadamente o principal emissor de turistas para o Algarve, o Reino Unido.

«Contrariamente aos anos anteriores, este ano, a Páscoa não vai funcionar como motor de arranque para a época turística. Prevê-se aliás que a época turística seja mais curto do que o habitual, com um reforço da quebra da procura externa logo a seguir à Páscoa», acrescentou.

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve revelou esta segunda-feira que a taxa de ocupação global média/quarto foi de 43,9 por cento em Março, 27,9% abaixo do valor verificado em 2008. Já a taxa de ocupação global média/cama registada foi de 32,2%, tendo baixado 30,0% relativamente ao ano anterior.

«Por zonas geográficas, as maiores descidas verificaram-se nas zonas de Albufeira (menos 36,4%), Carvoeiro/Armação de Pêra (menos 34,8%) e Lagos/Sagres (menos 25,6%)», diz o mesmo documento.

A zona de Monte Gordo e Vila Real de Santo António foi a que apresentou a taxa de ocupação mais elevada, com 75,7%, enquanto Tavira registou a taxa de ocupação mais baixa, com 34,0%.



Por categorias, as principais descidas registaram-se nos hotéis e aparthotéis de 4 estrelas (menos 34,3%), nos aldeamentos e apartamentos de 5 e 4 estrelas (menos 21,8%) e nos hotéis de 5 estrelas (menos 18,8%).

Por nacionalidades, os britânicos representaram 39,8% das dormidas totais no Algarve, seguidos dos portugueses com 16,3% e dos holandeses, com 15,3%, refere a AHETA.

O volume de vendas total registou uma descida de 20,9% relativamente ao período homólogo de 2008.