Quase 60% dos comerciantes espera queda de vendas neste Natal

A crise está aí e os seus efeitos estão a reflectir-se não só no bolso dos consumidores mas também das empresas. Para este Natal, quase 60% dos comerciantes prevê uma queda das vendas.

De acordo com o estudo de conjuntura económica feito pela União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) junto de PME retalhistas, 24% das quais na área de vestuário e bens complementares, o cenário não está nada bom. Cerca de 85% tem uma visão negativa do desempenho da actividade económica nacional, e 61% das empresas acusa uma quebra do volume de vendas face a 2007.

Como reflexo disso mesmo, nos saldos de Verão, dos 30% que os realizam, 62% viram diminuir as suas vendas e destes, 75% registaram uma diminuição de vendas superior a 10%.

Cerca de 22% dos inquiridos revela ainda ter reduzido postos de trabalho.

Mas o pior de 2008 parece estar reservado para esta recta final. Além dos 58% que esperam uma queda de vendas nesta época natalícia, há ainda 31% que apontam para uma estagnação. Restam apenas 5% de optimistas, que acreditam que vão vender mais.

2009 apagado

Para o ano que vem, as coisas não melhoram muito. 55% apontam para uma quebra de vendas, 31% para uma estagnação e 11% para uma melhoria.

Pelo menos, a maioria não pretende despedir ninguém. 78% das empresas contactadas esperam manter os postos de trabalho e 5% apontam mesmo para o seu aumento.

Mas nem tudo é bom, já que, em 2009, 67% não vão investir, o que representa um recuo face a este ano, em que os investimentos subiram aos 50%. «Porém, o investimento em 2009 revela-se mais qualificado», revela a UACS.

As condições dos trabalhadores do sector estão acima do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT). No que toca a salários, 58% das respostas está acima dos salários estipulados no CCT, dos quais 25% acima dos 10%. Também no que toca ao subsídio de almoço, 54% colocam-se acima do valor do CCT, pagando 42% mais de 3,5 euros por refeição.

A UACS revela ainda que cerca de metade das empresas estão abertas à hora de almoço e que 82% encerram entre as 18:30h e as 20:30h. Cerca de 70% fecham aos sábados à tarde (apenas 25% das lojas ficam abertas) e 90% fecham ao Domingo (só 5% abrem neste dia da semana).