BPN: equipa de Cadilhe fazia «striptease» com supervisão - TVI

BPN: equipa de Cadilhe fazia «striptease» com supervisão

Caso BPN

«Dávamos ao Banco de Portugal tudo o que tínhamos», diz administrador Rui Pedras

Relacionados
O administrador do Banco Português de Negócios disse esta terça-feira no Parlamento que, em matéria de diálogo, a administração de Cadilhe «fazia striptease» com supervisão.

«Quando a equipa entrou em funções [Junho de 2008] fez strip-tease com a supervisão. Dávamos ao Banco de Portugal tudo o que tínhamos», acrescentou Rui Pedras, citado pela agência Lusa.

O mesmo responsável afirmou que as pessoas no banco que faziam operações com o Banco Insular, de Cabo Verde, «se contam pelos dedos das duas mãos».

Caso BPN: «É megafraude»

Confrontado com as declarações do antigo assessor da administração da SLN António José Duarte de que o conhecimento do Banco Insular era «generalizado», Rui Pedras respondeu que a capacidade de fazer operações «não era tão generalizada assim».

«As pessoas que faziam os movimentos no Banco Insular contam-se pelos dedos das duas mãos», revelou Rui Pedras, que falava na comissão parlamentar de inquérito à nacionalização do BPN.

Na passada terça-feira, também na comissão parlamentar de inquérito, António José Duarte, antigo assessor dos conselhos de administração de José de Oliveira Costa e Abdool Vakil, declarou aos deputados que «houve várias centenas de movimentos entre o BPN e o Insular entre 2002 e 2009».

O peso das hierarquias

À agência Lusa, Ricardo Pinheiro, o ex-director de Operações do BPN, de quem António Duarte disse receber ordens sobre o Banco Insular, confirma ter ordenado as operações desde 2002, mas ressalvou que estas também lhe vinham de cima, da «hierarquia».

Rui Pedras ressalvou hoje, por outro lado, que «alguns [funcionários] só carregavam na teclas». «Depois temos de ver as responsabilidades de cada um», sublinhou.

Questionado pelo deputado do CDS-PP Nuno Melo sobre a identidade das pessoas que faziam movimentos, Rui Pedras escusou-se a responder, afirmando que essa informação «entra no domínio do sigilo profissional».

Sobre o chamado «balcão virtual», o administrador do BPN afirmou não saber «de onde vem o termo Banco Virtual, porque a única coisa que tem de virtual é que não estavam relevadas nas contas».

«Infelizmente era bem real. Ele está lá [em Cabo Verde] Havia agências, perdas. Era bem melhor que fosse um banco virtual», disse o responsável.

Rui Pedras considerou também que «o Banco Insular foi apenas uma parte dos problemas» que a administração de Miguel Cadilhe encontrou em Junho de 2008, representando «menos de um terço das perdas potenciais».
Continue a ler esta notícia

Relacionados