BPN: todos os movimentos para Insular estão identificados - TVI

BPN: todos os movimentos para Insular estão identificados

BPN: Buraco financeiro atinge quase o dobro do previsto

Quadro que desenvolveu sistema informático diz que há registos com nomes

Relacionados
O quadro do BPN que desenvolveu o sistema informático do Banco Insular de Cabo Verde garantiu esta terça-feira que todos os fluxos financeiros entre os dois bancos estão registados nas bases de dados, com identificação de quem as fez.

«Todos os registos [entre o BPN e o Banco Insular] desde 2002 estiveram e estão disponíveis», disse Emanuel Peixoto, citado pela agência Lusa, que de 1999 a 2006 trabalhou na área de desenvolvimento de sistemas do BPN, mais especificamente, disse, nas «funcionalidades aplicacionais».

Nestas informações, constam quem fez os movimentos, quando e quanto foi movimentado.

«A base de dados está inserida num servidor AS-400, uma máquina muito poderosa, onde constam todos os registos, com horas e perfis [de quem as fez]», garantiu Emanuel Peixoto, que em 2002 desenvolveu o sistema informático do Insular.

«Todas as operações que envolvam fluxos financeiros tinham de estar registadas e estão registadas», sublinhou Emanuel Peixoto, acrescentando que «o Banco Insular tinha como correspondente único o BPN Cayman» e este «tinha como correspondente único o BPN, SA».

O responsável explicou que desde 2006 trabalhou no Departamento de Operações do BPN, como sub-director de operações, e que em Dezembro «no âmbito de uma organização interna deixou de desempenhar essas funções».

Emanuel Peixoto reiterou o que já outros responsáveis do BPN tinham declarado anteriormente: a existência do Banco Insular de Cabo Verde era conhecida dentro do BPN, SA desde 2002.

O «striptease» da equipa de Cadilhe

Caso BPN: «É megafraude»

«Em 2002 foi-nos comunicado a existência [no universo SLN/BPN] de um outro banco em Cabo Verde, o Banco Insular, e que a parametrização técnica [a desenvolver] era muito parecida com a do BPN Cayman», contou Emanuel Peixoto.

Ao ser questionado sobre quem lhe deu essa ordem de criar os sistemas para o banco cabo-verdiano, Emanuel Peixoto respondeu que «a instrução de criar a base de dados do Banco Insular veio através da minha hierarquia. Disseram-me que íamos ter mais trabalho, que teríamos de parametrizar mais um banco».

Sobre as aplicações informáticas desenvolvidas para o BPN, Emanuel Peixoto declarou que «a rede do banco tinha várias [aplicações]» e que «qualquer pessoa que fosse ver as suas poderia ver as outras, nomeadamente as do banco Insular».

Quanto ao acesso às aplicações do Banco Insular, Emanuel Peixoto disse desconhecer quem tinha a elas acesso, para além dele próprio e da sua equipa.

«Não sei quem tem acesso. Eu sei que tinha e os técnicos que trabalhavam comigo (de desenvolvimento de software) também», sublinhou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados