Sócrates e BPN: accionistas serão os primeiros a pagar - TVI

Sócrates e BPN: accionistas serão os primeiros a pagar

  • Sónia Peres Pinto
  • 11 fev 2009, 16:15
Caso BPN

PSD diz que nacionalização foi «erro histórico»

Relacionados
(Notícia actualizada às 17h15)

O primeiro-ministro José Sócrates disse esta quarta-feira que serão os accionistas do Banco Português de Negócios (BPN) os primeiros a pagar os custos da nacionalização.

Esta é a resposta do Executivo às críticas da oposição sobre a nacionalização do BPN, que decorreram no âmbito do Debate Quinzenal.

Sócrates justificou, dizendo que o capital próprio do banco no valor de 400 milhões de euros vai ser «o primeiro a sofrer».

Quanto aos administradores, Sócrates diz apenas «que irão responder à justiça».

«A actual dimensão financeira do BPN é superior àquela que sabíamos no momento da nacionalização. Se soubessemos desse buraco financeiro teríamos tomado essa decisão e mostra que seria impossível aplicar a proposta da anterior administração», admitiu o Executivo.

O líder da bancada parlamentar do PSD, Paulo Rangel, criticou a nacionalização do BPN, dizendo que se tratou de um «erro histórico».

«O Governo tem milhões para deitar fora, mas não tem para investir em escolas ou nas PME», salientou o deputado, sugerindo que primeiro devia ser feita uma análise à situação do banco e só depois avançar com alguma medida.

Críticas essas que não agradaram José Sócrates, ao afirmar que essas acusações «revelam todo o esplendor a falta de responsabilidade do PSD», acrescentando, «para o PSD primeiro faríamos uma análise ao BPN e depois logo se via».

«Isso é ridículo», disse ainda.

Defender depósitos e sistema financeiro

José Sócrates voltou a afirmar que a nacionalização foi feita tendo como objectivo proteger os depósitos e o sistema financeiro.

Decisão sobre BPN «dentro dos prazos»

Oliveira e Costa fecha empresa da prisão

Uma justificação que não satisfez Paulo Portas, que não concorda com a «salvação» do BPN e do BPP. O deputado defende a não intervenção do Governo nestes dois casos, dizendo «que deixava que a lei lhes caísse em cima».

O líder do PP pediu ainda uma «supervisão forte e não supervisão fraca», acrescentando ainda que o Banco de Portugal «não soube porque não quis, não interviu porque não quis».

Sócrates veio em defesa de Vítor Constâncio dizendo que se tivesse convencido disso, o Governador do Banco de Portugal já não estaria no lugar.

Por outro lado, garantiu que a intervenção no BPP tem apenas como objectivo salvar os depósitos e admitiu que o Governo «não fará nada para além de garantir esses depósitos». «É essa a responsabilidade que achamos ter», sublinhou.

Buraco financeiro

Recorde-se que o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Faria de Oliveira, afirmou esta terça-feira que o processo para decidir o futuro do Banco Português de Negócios (BPN)está a decorrer dentro dos prazos estabelecidos.

A actual administração do BPN, que estimou um buraco financeiro de 1.800 milhões de euros, entregou ao Governo três propostas para o futuro do banco.

A primeira passaria pela venda do conjunto de operações do BPN, uma segunda opção passaria pela integração do BPN na CGD e uma terceira por manter o banco para posterior venda.
Continue a ler esta notícia

Relacionados