PJ quer conhecer autores de programas informáticos fraudulentos - TVI

PJ quer conhecer autores de programas informáticos fraudulentos

PJ quer conhecer autores de programas informáticos fraudulentos

A Polícia Judiciária está a tentar determinar quais os autores de seis programas informáticos, colocados na Internet, que permitem aos restaurantes fazer contabilidade paralela, disse hoje à «Lusa» fonte policial.

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Segundo a fonte, os restaurantes adquirem programas de contabilidade a várias empresas do ramo, entre as quais a Winrest, da Póvoa de Varzim, e descarregam, em seguida, um programa complementar da Internet, instalando-o para poderem furtar-se, de forma automática, ao pagamento de impostos.

«Há pelo menos seis programas na Internet, em português, ao dispor de restaurantes e cafés», afirmou a fonte policial, frisando que a PJ desconfia que os programas «piratas» são produzidos pelos próprios vendedores do programa de facturação, e alegadamente sugeridos aquando da compra destes.

A colocação na rede web do programa, de acordo com a mesma fonte, permite aos vendedores fugirem às suas responsabilidades criminais, já que podem sempre alegar que desconhecem a sua existência e origem.

A mesma fonte garantiu que cerca de 90 por cento dos restaurantes, cafés e bares portugueses recorrem a este tipo de programas, sendo «a fraude ao fisco generalizada».

«Se não fugirem ao fisco muitos vão à falência», sustentou a fonte.

A Polícia e a Inspecção Tributária detectaram já 400 restaurantes que usavam um programa informático de contabilidade paralela, criado por duas empresas da Póvoa de Varzim, que omitia a facturação real.

No total terão sido encontrados mais de 50 milhões de euros de facturação escondida através daquele programa informático.

Estes números podem, no entanto, vir a revelar-se muito superiores, à medida que forem analisadas as listagens das diversas empresas do ramo, quer as que concebem e executam programas de software quer as várias dezenas que os comercializam.

Fonte próxima do processo judicial adiantou ainda que alguns dos restaurantes já analisados, que utilizavam o programa, omitiram vendas superiores a dois milhões de euros, havendo muitos outros de quantias inferiores.
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