Algarve sofre com fechos de fábricas e ameaças de ir para Espanha - TVI

Algarve sofre com fechos de fábricas e ameaças de ir para Espanha

Algarve

Crise financeira já se sente no Sul do País

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O Algarve parece não estar a conseguir escapar à crise financeira mundial e só no último mês assistiu ao encerramento de uma fábrica onde trabalhavam 180 pessoas e à ameaça de deslocalização de outra unidade para Espanha, anuncia a agência «Lusa».

Com pouca indústria e as principais receitas baseadas na actividade turística, a região não está a conseguir fixar as empresas nem evitar despedimentos colectivos e encerramentos de fábricas como a Bela Olhão.

A unidade de produção para rações de animais localizada em Olhão fechou portas no início de Novembro, lançando para o desemprego 180 trabalhadores e afectando muitas dezenas de famílias daquela zona.

Por seu turno, a eventual deslocalização para Espanha da Indal, empresa de transformação de semente de alfarroba pertencente à multinacional Danisco, desfere outro golpe no já de si frágil tecido produtivo da região.

No mundo inteiro, existem apenas 12 fábricas do género, duas delas em Faro, mas se a unidade da multinacional dinamarquesa sair mesmo deslocalizada para Espanha, resta apenas uma, a Industrial Farense.

A alfarroba é um fruto mediterrâneo com aplicação nas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentar e a Indal exportava o produto para toda a Europa, China, Japão, Tailândia e Estados Unidos.

No caso da Bela Olhão, suspeitas de que o encerramento e despedimento colectivo possam ter sido efectuados de forma ilícita levaram a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) a anunciar que vai apresentar queixa-crime ao Ministério Público (MP) contra os proprietários.

É que de acordo com a legislação laboral, a empresa teria que ter informado oficialmente os trabalhadores da sua intenção de pedir insolvência e de extinguir os postos de trabalho com 60 dias de antecedência, o que não fez.

Novo processo de despedimento colectivo

Mas a Bela Olhão não é caso único no panorama algarvio e segundo disse à «Lusa» fonte da ACT, este mês deu entrada no organismo mais um processo de despedimento colectivo (onze pessoas), de uma empresa de construções de Vila Nova de Cacela, embora aparentemente sem indícios de ilegalidade.

Antes da unidade de produção para rações de animais, já outras tinham encerrado portas na região, exemplos da Unicer, em Loulé, que empregava mais de 60 pessoas, da Lusoeléctricaolhanense, Olhão, e da empresa André Luís Bós, em Silves.

A Unicer, que há cerca de um ano decidiu encerrar o seu centro de produção de Loulé no âmbito de um processo de reestruturação interna, empregava mais de 60 pessoas e garantia sete por cento da produção nacional de cerveja.

A administração jurou que os trabalhadores iriam receber indemnizações e que alguns teriam a possibilidade de trabalhar noutras unidades fabris do grupo, embora apenas dois tenham aceitado ser transferidos.

Foi naquele centro de produção que começou a ser produzida a cerveja algarvia Marina, até ao ano de 1982, entretanto relançada pelo grupo Sonae e à venda apenas nas superfícies do grupo.
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