Impostos: Sócrates garante ser possível identificar os ricos - TVI

Impostos: Sócrates garante ser possível identificar os ricos

José Sócrates

Executivo quer reduzir deduções para assim conseguir diminuir a carga fiscal da classe média

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O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu segunda-feira à noite, em Viseu, ser possível identificar os ricos e reduzir-lhes as deduções para assim conseguir diminuir a carga fiscal da classe média portuguesa, avança a agência Lusa.

Ao apresentar a sua moção política ao Congresso do PS, o seu secretário-geral aproveitou para responder à presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, que considerou que o alívio da carga fiscal da classe média «não é exequível, é uma fantasia» e afirmou que «não está definida a concepção de rico».

«É uma proposta razoável, exequível, a favor da equidade fiscal e da justiça fiscal», replicou José Sócrates, explicando que o que propõe é que o próximo Governo faça uma reforma do sistema fiscal «de modo a que os rendimentos mais e», se possam reduzir os impostos à classe média.

Isto porque, justificou, «hoje, em Portugal, as deduções, em particular da saúde mas também da educação, são quase iguais para aqueles que têm altos rendimentos e para aqueles que têm rendimentos medianos».

«Já ouvi desculpas melhores para não se fazer nada»

«Mas oiço para aí dizer que esta proposta não é exequível porque afinal de contas não se pode identificar ou classificar o que é um rico. Francamente, eu já ouvi desculpas melhores para não se fazer nada», frisou.

José Sócrates lembrou que foi este Governo que aumentou «os escalões maiores do IRS de 40 para 42 por cento» e congelou «as pensões mais altas que estavam muito próximas de 12 vezes o indexante de apoios sociais» e eram muito elevadas.

Apontou ainda como «um acto de justiça» o fim de «algumas regalias que não faziam o mínimo sentido na administração pública portuguesa, a começar pela subvenção vitalícia dos deputados e dos titulares de cargos políticos».

«Podemos fazer mais e ir mais além», defendeu o secretário-geral do PS, dizendo não compreender «como é que alguém diz que não é possível fazer isto apenas porque não é possível identificar um rico».

«Nós sabemos quem é rico e quem não é rico. O que me dá impressão é que aqueles que não querem fazer nada arranjam sempre boas desculpas para não se fazer nada», considerou.

«Mais obras públicas não porque isso dá emprego, imaginem, a estrangeiros. Mais investimento também não, porque não há dinheiro para nada. Aumentar o salário mínimo também não porque isso põe em causa a competitividade das nossas empresas», refutou.

Na sua opinião, andar «à procura apenas de desculpas para não se fazer nada» em Portugal «já não é apenas um lapso».

Tem a ver com um padrão de pensamento que define uma linha política: «o melhor era mesmo não fazer nada e sentarmo-nos à espera que a crise passasse». Não é essa a atitude que se deve ter no Governo», defendeu.
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