Pinho: salvamento da Qimonda mantém empregos e reforça tecnologia - TVI

Pinho: salvamento da Qimonda mantém empregos e reforça tecnologia

Manuel Pinho

Empresa promete avançar com medidas de poupança

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O plano de salvamento da Qimonda, anunciado este domingo, vai permitir manter os dois mil empregos em Portugal e reforçar a transferência de tecnologia para o país, considerou o ministro da Economia, Manuel Pinho.

Com um empréstimo de 100 milhões de euros de um banco português ainda não revelado, outro de 150 milhões de euros por parte do estado alemão da Saxónia e um terceiro empréstimo de 75 milhões de euros da Infineon, maior accionista da Qimonda, a produtora de chips e semicondutores vai continuar em actividade, depois de ter contemplado a falência no início do mês, avança a Lusa.

«A situação era extremamente séria, por duas razões: a crise internacional e também a rapidíssima mudança tecnológica que se está a verificar neste sector. Era necessário que a Qimonda tivesse condições para ultrapassar um período de seis meses a um ano, que era mais difícil», disse Manuel Pinho à agência.

«Estão encontradas as soluções e naturalmente estamos muito contentes por o maior exportador português ter condições para continuar no nosso país e para reforçar a sua aposta», acrescentou.

Pinho considerou que o empréstimo de 325 milhões de euros é «um resultado enorme», porque a produtora de semicondutores, com fábrica em Vila do Conde, «é um dos grandes responsáveis por o saldo da nossa balança tecnológica ser positivo».

Manutenção de empregos

Em troca dos empréstimos, refere um comunicado da Qimonda, a empresa compromete-se a desenvolver mais as suas unidades de investigação e desenvolvimento em Portugal e na Alemanha, em Dresden, o que, disse Manuel Pinho, vai reforçar a transferência de tecnologia para Portugal.

«É também, como se pode imaginar, extremamente importante em termos de exportações, valor acrescentado e manutenção de empregos», disse o ministro.

Em comunicado, o ministro da Economia do estado da Saxónia, Thomas Jurk, agradeceu às autoridades portuguesas a «rápida decisão».

«Com a participação de Portugal no financiamento, a única empresa europeia a planear investimentos substanciais nos próximos anos pode dar os passos necessários para o seu refinanciamento», refere o comunicado do executivo da Saxónia.

Manuel Pinho afirmou que o papel do Governo português no processo foi «aproximar as partes e tentar encontrar soluções, visto que grande parte da solução é através do governo alemão, do accionista maioritário Infineon e do governo da Saxónia».

«Mas também era importante que o governo português se mobilizasse desde o início na busca de uma solução e que apoiasse todos os passos que vão ser dados junto da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento», acrescentou.

A Qimonda, que enfrenta um mercado onde há excesso de oferta e quebra nos preços dos produtos, terá também acesso a uma garantia estatal de 280 milhões de euros do governo da Alemanha e do executivo da Saxónia.

A empresa deu um prejuízo de quase três mil milhões de euros à Infineon em 2007/2008 e nos últimos trimestres teve mais prejuízos do que volume de vendas. A nível mundial, a empresa emprega 13 mil funcionários, dos quais 4600 na Alemanha.

Independentemente do pacote de ajudas, foram já anunciadas medidas de poupança que obrigarão ao corte de 950 dos três mil postos de trabalho na fábrica de Dresden.

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