BES vai «atacar» custos operativos com programa de reestruturação

O Banco Espírito Santo (BES) prepara-se para «atacar» os custos operativos, que nos primeiros seis meses do ano cresceram 11,1%, atingindo os 499,8 milhões de euros, enquanto o Produto Bancário Comercial (PBC) subiu 6,1% para 817 milhões de euros. Um cenário que o presidente do banco, Ricardo Salgado, quer inverter.

Assim, para combater este aumento, o BES vai iniciar um programa de reestruturação, tendo já constituído uma provisão de 25 milhões de euros, no semestre passado.



«Quando os custos crescem mais que o Produto Bancário Comercial há que ter isto em atenção e, portanto, a provisão serve para inverter esta situação», disse Ricardo Salgado na conferência de imprensa para apresentação de resultados do primeiro semestre, sublinhando ainda que «este é o aspecto fundamental que tem de ser atacado pela administração. Não podemos deixar os custos crescer de uma forma significativa em relação ao Produto Bancário Comercial».

Internacional melhor que doméstico

Ainda assim, apesar do consolidado, este não é um cenário que se verifica de igual modo na actividade doméstica e na actividade internacional. Se é verdade que em Portugal, o PBC cresceu apenas 0,7% face ao aumento dos custos em 9,4%, lá fora a a actividade internacional «está a crescer bem e de uma forma sustentada», como sublinhou Ricardo Salgado, com o PBC a subir 33% face aos 19% dos custos.

O CEO mostrou-se ainda convicto que as medidas de racionalização que vão ser tomadas, e que passam por uma redução de pessoal, irão começar a «produzir efeitos já no segundo semestre de 2008».

«Uma boa parte destes custos teve a ver com os investimentos na rede em 2007, mas o impacto deverá agora começar a desacelerar», acrescentou.



Recorde-se que o BES apresentou um resultado liquido de 264,1 milhões de euros, no primeiro semestre de 2008, menos 28% que no período homólogo.

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