Unicer diz ser líder e duvida de números da Central de Cervejas

A guerra pelos números no negócio das cervejas continua ao rubro: depois da Central de Cervejas (SCCB) ter reclamado liderança, a Unicer decidiu responder, não só reclamando estar em primeiro como questionando os números apresentados pela dona da Sagres.

Em comunicado, a detentora da Super Bock refere que, segundo os dados da entidade independente Nielsen, registou no ano móvel terminado em Dezembro a Janeiro de 2008 uma quota de 52 por cento, ou seja, uma subida de 7 pontos percentuais.

Além disso, os resultados bimestrais do mesmo organismo apontam «no sentido de uma subida de quota de mercado por parte da Unicer», refere a empresa.

«Numa altura em que o mercado de bebidas português precisa, acima de tudo, de bom tempo e dinamismo, a SCCB/Heineken adopta uma postura, a meu ver, destrutiva», diz a directora de comunicação da Unicer, Joana Queiroz Ribeiro, no mesmo documento.

«Não é assim que se alcança a liderança»

Sobre os dados da dona da Sagres, a concorrente diz que os mesmos misturam três fontes de informação, utilizam dados de um dos operadores de mercado e uma «metodologia desconhecida».

«Há três anos a esta parte que SCCB tem vindo a anunciar que vai ser líder de mercado. Não o tendo conseguido, tenta, por metodologias sem credibilidade, apresentar valores não auditáveis e mostrar números. Não é assim que se alcança a liderança», conclui a Unicer.

Recorde-se que o presidente da SCCB, Alberto da Ponte, disse, em entrevista recente ao «Jornal de Negócios», que, em 2007, a empresa foi líder. Algo que não acontecia há 20 anos. Para tal, usou o cálculo que passou por retirar o total da SCCB e as cervejas importadas e aplicar ao resto dos números da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja as quotas da Nielsen. Assim, o presidente da empresa apurou que terá comercializado 2,945 milhões de hectolitros de cerveja face a 2,927 milhões da Unicer.