Empresas de media resistem à crise mas apertam o cinto - TVI

Empresas de media resistem à crise mas apertam o cinto

  • Rui Pedro Vieira
  • 2 jul 2009, 06:16
A televisão continua a ser o meio com maior número de utilizadores diários

Estudo da Deloitte diz que mercado está a apostar em políticas de redução de custos e Internet e TV paga são os que mais ganham

O sector dos media está a reagir bem à crise, mas a apertar o cinto. É esta a principal conclusão do estudo da Deloitte «TMT Predictions - Portugal 2009/2010», em que se analisam as tendências desta área e a das telecomunicações, cuja apresentação oficial será na próxima terça-feira.

Apesar da totalidade dos inquiridos estarem a contar com um recuo no volume de negócios para este ano, a grande maioria das empresas de media espera crescer mais em 2010.

Mas nem todos estão a sentir o impacto da crise da mesma maneira: a Internet e os canais pagos de televisão esperam perspectivas de evolução de negócio superiores à imprensa e à rádio. Já quanto ao próximo ano, apesar de se prever um cenário mais optimista, perspectiva-se a manutenção de quedas significativas nestes dois meios de comunicação.

«Há uma necessidade de rever o negócio dos media. O que os players do mercado estão a apostar é em programa de redução de custos, de adequação aos tempos de crise», disse à Agência Financeira, Hugo Dias, da Deloitte.

Metade querem reformular negócio

Neste sector, 49% dos inquiridos referem que é preciso reformular o modelo de negócio e implementar programas estruturantes que racionalizem as despesas. Algo que, no entender deste estudo, está a ter implicações ao nível dos conteúdos, na tendência para a unificação das redacções ou o acto de se seguirem estratégias multimarca e multimeios.

«A adequação à crise está a ser feita com rapidez», acrescenta Hugo Dias.

Conteúdos mais baratos

Se 34% destacam neste mercado a optimização de custos, 32% apontam a centralização de serviços, 30% a retenção de talento, 21% seguem o modelo operativo de baixo custo, 17% utilizam reservas de capital acumulado e a diminuição da distribuição. Apenas 13% apontam a captação de talento na concorrência.

A Deloitte espera ainda que o sector dos media aposte mais em serviços de outsourcing especializado. «A redução dos custos de programação é uma preocupação de todos os players, que se vai reflectir a médio prazo na descida do preço dos conteúdos», refere o mesmo estudo.
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