«Espionagem fiscal» em Itália - TVI

«Espionagem fiscal» em Itália

  • Portugal Diário
  • 28 out 2006, 00:01

País foi abalado por novo escândalo que envolve nomes de políticos

A Itália foi abalada por um novo escândalo político com a descoberta de um caso de «espionagem fiscal» de que terão sido vítimas o actual primeiro-ministro e o seu antecessor, além de artistas e futebolistas, noticia a agência Lusa.

Um mês depois da descoberta de um vasto sistema de escutas ilegais de várias centenas de personalidades do mundo político, económico e desportivo, este caso despertou o espectro de um «poder oculto» como o da loja P2, organização secreta que tentou instaurar um regime autoritário nos anos 70.

Cerca de 250 buscas foram efectuadas quinta-feira em todo o país, nas casas e gabinetes de 117 agentes do fisco e de dez elementos da Polícia financeira, suspeitos de terem consultado ilegalmente os dossiers fiscais de personalidades.

As revelações ocorrem poucos meses depois de duas dezenas de pessoas terem sido detidas, entre elas vários funcionários da companhia telefónica Telecom, acusadas de fazer parte de uma rede de escutas ilegais a membros proeminentes da sociedade italiana.

Este novo escândalo político rebentou ao saber-se, de fontes oficiais, que a declaração de rendimentos do primeiro-ministro, Romano Prodi, e a da sua mulher, Flavia Franzoni, tinha sido espiada mais de uma centena de vezes através dos computadores da Agência Tributária.

À medida que se foram conhecendo mais dados, aumentou a lista de pessoas supostamente alvo de espionagem fiscal e soube-se que também foram controlados os patrimónios dos ex-presidente do Governo Sílvio Berlusconi e da sua filha Marina, presidente da «holding» familiar Fininvest.

Entre os nomes de uma larga lista compilada pelos órgãos de comunicação figuram ainda os do ex-presidente da República Carlo Azeglio Ciampi e o actual chefe de Estado, Giorgio Napolitano.

Também aparecem na lista os jogadores do Roma Francesco Totti, da Juventus Alessandro del Piero, a apresentadora de televisão Giorgia Palmas, a actriz Sabrina Ferilli e o conhecido empresário Stefano Ricucci.

As investigações da Procuradoria de Milão centram-se nos computadores utilizados e nas contra-senhas para aceder à informação financeira.
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