RTP aumenta prejuízos para 46,9 milhões

[ACTULIZADA ÀS 14H07]

A RTP aumentou os prejuízos para 46,9 milhões de euros em 2008, contra o anterior resultado líquido negativo de 36,1 milhões no ano anterior.

«É significativo. O resultado líquido agravou-se apesar da melhoria do operacional», disse o presidente do Conselho de Administração da RTP, Guilherme Costa, na apresentação dos dados à imprensa.

O agravamento do resultado líquido em 10,8 milhões «foi mais do que compensado pelo pagamento do CAP (limite) da taxa de juro, previsto no acordo de reestruturação financeira de 12,3 milhões». «Consequentemente, em 2008, os capitais próprios, embora fortemente negativos, continuaram a evoluir favoravelmente, passando de menos 723 milhões para menos 697 milhões.

Fundos públicos caem 12,8 milhões

«A empresa não conseguiu vender alguns activos imobiliários para compensar, em termos de resultados extraordinários, esta situação. O mercado imobiliário não o permitiu. É uma situação de algum desconforto, mas continuamos a conseguir melhorar os nossos capitais próprios», realçou o responsável.

Ainda assim, os resultados operacionais do canal público de televisão foram de 8,8 milhões de lucros. Estes ficaram ligeiramente acima do valor previsto no Orçamento para 2008 e o quarto ano consecutivo de lucros. «Reflecte uma estabilidade da situação económica da estação», comentou.

Os custos operacionais caíram 5% para os 18,4 milhões (12,8 milhões relativos a impostos) e os custos de grelha baixaram 7,4 milhões (menos 6,8%).

Audiências em níveis «confortáveis»

No que respeita a proveitos, os fundos públicos recebidos pela RTP caíram 12,8 milhões, «valor que compensa a diminuição dos impostos». As receitas de publicidade caíram 2,9 milhões, «reflexo da crise do mercado publicitário».

Por seu lado, o resultado financeiro agravou-se devido à estrutura de capitais próprios negativos e como consequência da forte subida das taxas de juro.

Relativamente ao nível da dívida baixou, no médio/longo prazo, dos 822 milhões para os 720 milhões.

Quanto às audiências, Guilherme Costa diz que a RTP1 e RTP2 estão em níveis confortáveis, mas pretende manter o patamar dos 30%. «Na rádio, não fomos tão felizes porque baixámos um pouco», acrescentou.