Barricado no Tribunal de Gaia entregou-se à PSP - TVI

Barricado no Tribunal de Gaia entregou-se à PSP

Barricado no Tribunal de Gaia

Indivíduo tinha arma de fogo e ameaçou uma juíza, mas acabou por sair pacificamente. Magistrados queixam-se de falta de segurança no tribunal

Relacionados
ACTUALIZADO ÀS 18H55

Um homem esteve barricado no Palácio de Justiça de Vila Nova de Gaia desde as 16h e durante quase três horas. O perímetro foi isolado pela Polícia de Segurança Pública, que destacou para o local várias viaturas e mais de uma dezena de elementos. O INEM, o corpo de intervenção e a Polícia Judiciária também estiveram no edifício, que foi imediatamente evacuado.

Segundo testemunhas relataram ao PortugalDiário, o homem decidiu barricar-se, utilizando uma arma, informação confirmada pela própria PSP. O local registou um grande aparato de meios, com fita separadora em todo o perímetro do edifício, que fica no centro da cidade, perto da principal artéria, a Avenida da República.

O homem, na casa dos 30 anos, ameaçou uma juíza do Tribunal de Menores, alegando estar insatisfeito com uma decisão, pelo que tencionava entregar um requerimento. A juíza, tal como uma funcionária, conseguiu escapar-se.

Três elementos especialistas negociaram com o homem. «Foi uma intervenção pacífica, pois a pessoa em causa não resistiu. Tinha uma arma, mas não se conhecem as suas características», confirmou o comissário Marco Teixeira no local.

O homem já protagonizou vários incidentes do género, disse à Lusa o seu irmão: «Tem um filho de 12 anos e já não é primeira vez que faz este tipo de coisas. Foram actos com menos impacto, mas que também meteram policia».

Segundo apurou o PortugalDiário, este homem na casa dos 30 anos mora (com o pai) numa rua que fica muito perto do Tribunal e já tinha avisado várias pessoas o que tencionava fazer, tendo mostrado uma arma e um detonador em várias circunstâncias. Queixava-se que a juíza não o deixava ver o filho há 17 meses, no âmbito de um caso de regulação de poder paternal.

Falta de segurança

O facto do homem ter entrado no Palácio de Justiça com uma arma foi alvo de sérias críticas por parte de alguns juízes, que se queixam de falta de protecção.

«O homem entrou no Tribunal como uma pessoa normal e neste caso não é revistado. Isso só acontece em procedimentos processos, o que não é o caso, pois pretendia entregar um requerimento», referiu o comissário, adiantando que a pessoa foi encaminhada para a esquadra da PSP, onde vai ser ouvido.

O secretário de Estado-Adjunto da Justiça, Conde Rodrigues, comentou, entretanto, estas queixas de falta de segurança. «O Ministério da Justiça e o Ministério da Administração Interna pediram um estudo para actualizarmos os dispositivos de segurança nos tribunais. Hoje temos várias soluções - consoante os diferentes graus de gravidade -, mas é sempre bom actualizá-las e assim rever o dispositivo de segurança no país», frisou, acrescentando:

«Aconteceu ali como poderia acontecer noutro serviço público. Estamos perante um tribunal de Família e Menores e não um tribunal Criminal, onde estas questões [da segurança] seriam ponderosas. Nada fazia adivinhar uma situação destas; uma pessoa tomou anormalmente uma posição de força».
Continue a ler esta notícia

Relacionados