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Agricultores transmontanos em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis

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Cerca de 80 tractores iniciaram esta quarta-feira, às 11:30, uma marcha lenta por algumas artérias da cidade de Chaves, seguindo em direcção à fronteira de Vila Verde da Raia, em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis.

Os agricultores transmontanos concentraram-se, em Chaves, junto aos serviços do Ministério da Agricultura.

O protesto é sobretudo contra o aumento do preço dos combustíveis, mas os agricultores reivindicam também medidas compensatórias para atenuar os custos dos factores de produção.

Nas máquinas agrícolas estão colocados cartazes onde se pode ler: «o Governo tem que nos ouvir», «Gasóleo agrícola - maior desconto», «Escoamento dos produtos agrícolas a preço justo» e «Jaime Silva - o carrasco da agropecuária».

«Estamos a dar um grito muito grande para ser ouvido no Terreiro do Paço», afirmou o dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Armando Carvalho.

O dirigente acrescentou que os agricultores «querem um ministro e não um tabelião que apenas promulgue as políticas de Bruxela». Armando Carvalho sustenta mesmo que «o ministro, institucionalmente, deixou de ter condições para dialogar com os agricultores». Por isso, pede uma audiência com o primeiro-ministro.

«Vou ter de emigrar«

Pedro Paiva, 29 anos, ovinicultor há quatro, confessa que até ao final do ano vai ter que abandonar a actividade. «Ainda não sei o que vou fazer. Provavelmente, vou ter que emigrar», afirmou.

O jovem agricultor tem trezentas ovelhas e afirma que neste momento gasta mais do que aquilo que ganha. «Não consigo escoar a carne e, desde que comecei a trabalhar, o preço do cordeiro está exactamente igual, enquanto que tudo o resto, combustíveis, rações e adubos, não para de aumentar», afirmou.

Leandro Filipe, 23 anos, tem 120 vacas e afirma que «se nada mudar», também terá que arranjar outra actividade. «Pelo menos, têm baixar os combustíveis», pediu.

De Sá, concelho de Valpaços, vieram até Chaves seis agricultoras, que dizem «estar a desesperar». «Temos os produtos todos em casa, sem os conseguir vender, desde as batatas ao vinho e aos cereais», afirmou Esperança Rodrigues.
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