Estudos da Ota estão demasiado avançados

Os estudos sobre a Ota estão demasiado avançados em relação a quaisquer outros que sejam feitos sobre Alcochete, considerou esta noite, em Leiria, um dos consultores da empresa NAER, que alertou para os custos dos atrasos do projecto.

Durante um jantar organizado pela Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei), o presidente da empresa de consultoria Gapres, Artur Ravara, considerou «incipientíssimo» o estudo da Confederação da Indústria Portuguesa que aponta Alcochete, em comparação com os dados técnicos que indicam a Ota como a melhor localização.

Falta de dados

A falta de dados sobre a cota da pista a instalar ou a possibilidade de descontaminação dos solos dos projecteis são alguns dos custos que não constam daquele estudo que Artur Ravara considera ser um «contributo» para o debate mas insuficiente para «comparar o que quer que seja».

Caso o poder político entenda ser necessário fazer uma comparação efectiva terão de ser feitos estudos intensos sobre Alcochete e isso poderá implicar um atraso de um ano a ano e meio.

E, nesse caso, «os custos de adiamento de um projecto não podem deixar de ser considerados», alertou este consultor.

Já sobre a possibilidade do Aeroporto da Portela ser mantido em funcionamento em conjunto com outra infra-estrutura nova, Artur Ravara considera-a «enganadora» e incapaz de responder às necessidades de uma plataforma aeroportuária que faça a ligação com África e a América Latina.

Portela + 1: «não tem ponta por onde se pegue»

Essa solução (Portela + 1) «não tem ponta por onde se pegue», afirmou este investigador, embora recordando que a decisão final será sempre política e não técnica.

Qualquer estudo comparativo incluirá dados de ponderação que terão uma valorização de acordo com as prioridades do poder político, salientou este responsável.