Menina de seis anos com anorexia - TVI

Menina de seis anos com anorexia

Anorexia (arquivo) - Foto Lusa

Rejeitava a comida, fazia muito exercício e tinha medo de engordar. Aconteceu no Reino Unido, onde num ano detectaram mais de 200 casos. Em Portugal, há miúdos com seis, sete e oito anos que têm a doença. «Pais, estejam atentos»

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Um estudo da Faculdade Real de Pediatria e Saúde Infantil do Reino Unido revela que, no período de apenas um ano, foram detectados 206 pré-adolescentes com problemas de alimentação, como bulimia e anorexia. A mais nova tinha apenas seis anos. Pode parecer incrível e até invulgar, mas em Portugal o cenário é semelhante.

«Já nos apareceram casos de crianças com seis, sete e oito anos», conta ao PortugalDiário Adelaide Braga, da Associação dos Familiares e Amigos dos Anorécticos e Bulímicos. Mas, ainda assim, diz, «há muitos casos que estão no segredo dos deuses. Há famílias que têm crianças doentes e que não sabem que podem procurar ajuda e que o problema se resolve».

Para a realização do estudo no Reino Unido, a Unidade Britânica de Vigilância Pediátrica entrevistou 2.600 pediatras e psicólogos infantis. E a partir das respostas concluiu que 3,5 crianças em cada 100 mil apresentam doenças como anorexia, bulimia ou compulsão por comida.

O caso mais novo foi o de uma menina de apenas seis anos que foi levada a um pediatra com problemas de rejeição a comida, excesso de exercício e medo de engordar. Ela não chegou a ser diagnosticada com anorexia, porque ainda não estava muito abaixo do peso normal para a idade. O levantamento revela ainda que a criança mais nova a ser diagnosticada com anorexia tinha oito anos.

A coordenadora da pesquisa, Dasha Nicholls, alertou, em declarações à BBC, que os primeiros sinais podem ser difíceis de ser identificados. «Tornar-se vegetariano é apenas o primeiro passo. O padrão típico é as crianças cortarem tudo aquilo que é normalmente visto como algo que engorde, como chocolates, doces e pudins», disse.

Adelaide Braga é peremptória na mensagem: «Os pais têm de estar atentos». E o primeiro sinal, diz, começa logo quando as crianças são pequeninas e não comem. «Não se trata de comer pouco», explica, «mas sim de passarem um longo período de tempo sem comer, ou só comerem determinados alimentos, como iogurtes ou bolachas».

A solução, diz Adelaide Braga, é «os pais perceberem que há algo que está errado, que estas crianças têm uma predisposição genética para a anorexia nervosa ou bulimia e procurarem ajuda médica».
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