Carolina: «Falavam de prostitutas em código» - TVI

Carolina: «Falavam de prostitutas em código»

Carolina Salgado a saída do TIC (Lusa/Estela Silva)

Testemunha explica «fruta, café com leite e fruta de dormir»

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Carolina Salgado revelou esta manhã, durante a sua inquirição, na fase instrutória do processo FCP/Estrela da Amadora, que ouviu uma conversa telefónica, na tarde deste jogo, entre o empresário António Araújo e Pinto da Costa. Os dois arguidos combinavam a oferta de prostitutas aos árbitros da partida.

Na versão da testemunha, foi António Araújo quem ligou ao líder portista. «Discutiam as preferências dos senhores (árbitros), estavam a falar do café com leite. O código era fruta, café com leite e fruta de dormir. Era o código das meninas».

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A antiga companheira do presidente do FCP garante que «falavam de prostitutas, utilizando linguagem codificada», apesar de não ter ouvido «qualquer referência a nomes».

Acrescentou, ainda, que «sabia do que se tratava porque o Jorge Nuno contou-me». No final da chamada, Pinto da Costa ter-lhe-á explicado que «o Araújo ia contratar raparigas prostitutas para o árbitro Jacinto Paixão».

«Tem a certeza de que assistiu a este telefonema?», insistiu o juiz, ao que a testemunha repetiu que «sim». Questionada pelo juiz de instrução, esclareceu ainda que apenas assistiu a um telefonema entre os dois arguidos.

«Discutiam as preferências sexuais dos árbitros»

Horas depois, já durante o jogo, Carolina viu Araújo e Pinto da Costa a conversar no camarote presidencial.

Os dois homens falavam «com ironia» sobre «as preferências sexuais do árbitro Jacinto Paixão». Discutiam se era «peço desculpa, mas era mesmo assim que falavam, se era paneleiro». Questionada pelo juiz, referiu que, nessa ocasião, não ouviu qualquer conversa sobre prostitutas ou mulheres. Além disso, acrescentou que os arguidos falavam sempre pelo mesmo telemóvel.

O juiz destacou o facto de à data dos depoimentos que a testemunha prestou na Equipa do «Apito Dourado», em Janeiro de 2007, já estarem pendentes queixas de parte a parte, nomeadamente de Carolina contra Pinto da Costa por agressão e deste contra aquela por furto. A ex-companheira do líder portista não soube referir em que estado se encontravam os ditos processos, pelo que o juiz encerrou a sessão para averiguar o estado dos autos. Dessa forma pretende aferir a credibilidade da testemunha.

Refira-se que Carolina foi acusada em parte dos factos que originaram o processo referente ao furto e que Pinto da Costa viu o processo das agressões arquivado, tendo prosseguido quanto a outros arguidos. Ambos os casos estão na fase instrutória.

A acusação

A equipa de coordenação do processo «Apito Dourado» acusou Pinto da Costa no processo relativo ao jogo Futebol Clube do Porto/Estrela da Amadora.

Além do presidente portista foram ainda acusados o administrador da SAD, Reinaldo Teles, o empresário António Araújo, bem como os árbitros Jacinto Paixão, José Chilrito e Manuel Quadrado

Em causa está o jogo da 19ª jornada da época 2003/04, realizado a 24 de Janeiro de 2004, envolvendo a alegada oferta de favores sexuais de prostitutas aos árbitros.

O presidente do FCP é acusado de, por si, ou por interposta pessoa, com o conhecimento e participação do empresário António Araújo e dos restantes arguidos, solicitar ao árbitro Jacinto Paixão, a prática de actos contrários às leis do jogo, a troco de favores sexuais de prostitutas bem como de valores pecuniários.
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