Agressões: Bexiga apela ao PGR - TVI

Agressões: Bexiga apela ao PGR

Ricardo Bexiga à entrada do DIAP (foto Estela Silva/Lusa)

Processo «esteve na gaveta 2 anos». Político quer punir responsáveis

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(ACTUALIZAÇÃO ÀS 17:25)

Ricardo Bexiga faz um apelo ao Procurador-Geral da República «para que se apure até às últimas consequências quem foram os responsáveis pelo facto de o processo das agressões ter ficado na gaveta durante dois anos», numa alusão ao período em que o inquérito decorria no DIAP do Porto.

Em declarações ao PortugalDiário, o antigo vereador socialista de Gondomar admite ter sentido «uma grande desilusão» com o arquivamento do caso «porque estava convencido de que era possível encontrar os responsáveis pelo atentado» contra a sua vida. «Foi uma mensagem de impunidade que se passou para a opinião pública», atira.

«Para que a culpa não morra solteira» o advogado entende que «tem que haver responsáveis pelas omissões e negligências referidas no despacho de arquivamento».

Bexiga partilha das críticas da Equipa de Coordenação do Apito Dourado (ECPAD) à forma como o processo foi investigado no Porto e lembra que logo que apresentou queixa-crime, em Janeiro de 2005, pediu ao PGR, na altura Souto Moura, para dar especial acompanhamento ao caso, dado tratar-se de «um atentado por razões políticas».

Em resposta, Souto Moura terá informado que tinha encarregue o procurador-geral distrital, Alípio Ribeiro (actualmente director-nacional da PJ) de acompanhar as investigações» em curso no DIAP do Porto.

«Processo dois anos na gaveta»

«A verdade é que durante dois anos o processo esteve na gaveta, sem uma única diligência», recorda o político, acrescentando que mesmo sem o livro «Eu, Carolina», «não há crimes perfeitos e estávamos claramente perante um atentado organizado».

Aos exemplos de «omissão ou negligência» da investigação relatados no despacho de arquivamento, Bexiga acrescenta mais um que o chocou especialmente. «Fui chamado ao Instituto de Medicina Legal, para averiguar as ofensas físicas, passado um ano!!».

Ao ler o despacho de arquivamento, que ilibou Carolina Salgado, Pinto da Costa, e Fernando Madureira, o político «compreendeu perfeitamente» que a ECPAD não tinha outra alternativa, face à escassa prova recolhida.

«Deixo aqui uma palavra pública de apreço por todo o esforço da equipa da Dra Maria José Morgado para encontrar os responsáveis. Sei que passado tanto tempo seria muito difícil».

«Meticuloso processo de esvaziamento» do caso

O político não tem dúvidas de que «houve um meticuloso processo de esvaziamento deste processo e que foi intencional».

Além disso, acrescenta: «Procuraram ligar a minha agressão apenas ao fenómeno desportivo, quando a denúncia mais importante que fiz se relacionava com a promiscuidade entre o futebol e a política em centros políticos da Área Metropolitana do Porto». Ricardo Bexiga não quis nomear os políticos do Porto com ligações ao Futebol a que se refere, mas diz que já o fez no processo.

Carolina «sabe mais do que escreve»

Ricardo Bexiga não tenciona requerer a abertura da instrução porque não sabe como conseguir novos elementos que sustentem uma acusação.

Sobre Carolina Salgado diz apenas que «sabe mais do que escreve».



PSP não comenta

Contactado pelo PortugalDiário, o responsável do Comando Metropolitano do Porto, superintendente chefe Gomes Pereira, informou através do gabinete de imprensa que não pretende comentar as declarações da ECPAD.
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