Pinto da Costa novamente acusado - TVI

Pinto da Costa novamente acusado

Maria José Morgado acusa Pinto da Costa (fotomontagem)

MP decidiu levar a julgamento o processo Beira Mar/FCP. Presidente portista responde por corrupção desportiva activa e «insurge-se» contra acusação. Depoimento de Carolina decisivo. Três arguidos foram ilibados

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Pinto da Costa foi acusado pelo crime de corrupção desportiva activa no processo relativo ao jogo Beira Mar/Futebol Clube do Porto.

A informação foi confirmada ao PortugalDiário pela defesa do presidente portista.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, além do presidente portista, foram ainda acusados o empresário António Araújo (corrupção desportiva activa) e o árbitro Augusto Duarte (corrupção desportiva passiva).

O processo motivou despacho de arquivamento em relação ao presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol Profissional (FPFP), Pinto de Sousa, que estava indiciado como cúmplice, bem como em relação aos árbitros auxiliares António Silva e Domingos Martins.

Em causa está o jogo Beira-Mar/FC Porto, realizado a 18 de Abril de 2004, a contar para a Época 2003/04.

Pinto da Costa «insurge-se» contra acusação

Num comunicado enviado aos jornalistas, o advogado do presidente portista, Gil Moreira dos Santos, refere ter sido notificado de uma nova acusação respeitante a um processo que tinha sido arquivado, e posteriormente reaberto, anunciando ainda a intenção de requerer a abertura da instrução.

«Terão surgido agora perante outro magistrado que "avocou" o processo declarações que foram prestadas por uma testemunha autora de recente best seller [Carolina Salgado]», refere o comunicado, acrescentando que «que a decisão de acusar funda-se no depoimento da dita testemunha cuja credibilidade é por demais conhecida . . .»

«O nosso constituinte, que aguardava que se fizesse justiça, insurge-se agora com a leviandade com que se vê novamente acusado, sobremaneira quando a novidade é um depoimento falso e motivado por razões de revanche (. . .)», acrescenta.

Árbitro esteve em casa de Pinto da Costa dias antes do jogo

A acusação sustenta que o empresário António Araújo terá levado o árbitro Augusto Duarte ao encontro do presidente do FCP, na casa deste último, em Gaia, a dois dias da penúltima jornada que culminou com o título de campeão nacional para os azuis e brancos. Uma visita que alegadamente se destinava a aliciar o árbitro a beneficiar o FCP.

Quando foi ouvido em interrogatório judicial, em Gondomar, Augusto Duarte não soube explicar por que motivo se deslocou a casa de Pinto da Costa na antevéspera do jogo, tanto mais que afirmara nem sequer ter intimidade com o líder portista.

Na versão do presidente do FCP, o encontro teria sido motivado por «um cafezinho e uma conversa sobre nada».

Por esclarecer ficaram ainda as razões de nas conversas telefónicas, interceptadas pela PJ, entre Araújo e Duarte, o presidente do FCP aparecer referido como «gerente de caixa», «engenheiro máximo» e «número um», bem como o motivo que levou o árbitro a dizer ao empresário «temos que ver aquele negócio».

O jogo saldou-se por um empate 0-0 e nessa sequência Pinto da Costa é escutado a conversar com o então presidente do Conselho de Arbitragem da Federação, Pinto de Sousa, a quem diz que o árbitro «também não esteve mal mas não deu cheirinho nenhum, nada» «Só nos deixou passar uns livres, o gajo».

Depoimento de Carolina foi decisivo

O processo tinha sido arquivado pelo Ministério Público de Gaia, em 2006, por falta de indícios, mas foi reaberto em Fevereiro deste ano.

Os depoimentos de Carolina Salgado foram decisivos para a acusação do processo, nomeadamente, quando referiu ter visto Pinto da Costa entregar um envelope com 2500 euros em dinheiro ao árbitro Augusto Duarte, aquando da visita deste à sua casa.

Esta é a segunda acusação que a equipa liderada pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado deduz contra o presidente do FCP. Refira-se que na passada semana, Pinto da Costa foi notificado da acusação no processo relativo ao jogo FCP/Estrela da Amadora, conhecido como «caso das prostitutas».

Leia a seguir: «Experiência diz que FCP pagou jantar aos árbitros»
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