Tabaco: lei faz aumentar consultas - TVI

Tabaco: lei faz aumentar consultas

Deixar de fumar

Mais fumadores procuram de consultas de cessação tabágica por todo o país. Acesso ao serviço «está melhor», mas listas de espera rondam um mês nos centros de saúde. Nos hospitais «podem chegar a anos». Sul do país tem a cobertura mais deficiente «Não fumo mais»: casos de sucesso

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A proibição de fumar em espaços fechados levou a um aumento na procura das consultas de cessação tabágica em todo o país, adiantaram ao PortugalDiário responsáveis das Administrações Regionais de Saúde. A resposta do SNS ainda não é suficiente, mas está a «melhorar». Listas de espera rondam um mês nos centros de saúde, mas nos hospitais «podem chegar a anos».

«A procura está ainda a exceder a oferta. Mas temos que reconhecer que o apoio dos Serviços de Saúde tem aumentado. Na linha SOS, o número de chamadas tem vindo a aumentar, mas é um aumento moderado», adiantou ao PortugalDiário Paulo Vitória, responsável pela linha telefónica SOS Deixar de Fumar.

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Quanto às listas de espera Paulo Vinagre adianta que a situação «é pior na zona Sul, de Lisboa para baixo, onde a oferta e a acessibilidade a estes serviços é menor». Ainda assim, apesar das melhorias, o responsável afirma que «não há consciência» na política de saúde contra o tabaco, uma vez que «não há apoio aos medicamentos».

No Algarve, as consultas para quem quer deixar de fumar só estão disponíveis em quatro centros de saúde, sendo que, em São Brás de Alportel a lista de espera para as consultas está em um mês, conforme adiantou ao PortugalDiário a enfermeira Alina Candeias.

Mais consultas no Porto e Lisboa

Também a Norte as listas para consultas nos centros de saúde estão a rondar um mês de espera. «Das consultas a funcionar não têm mais que um mês de espera nos centros de saúde. Nos hospitais a situação é mais complica, existem outras consultas a que há necessidade de dar resposta, e aí a espera pode demorar anos», adiantou Sérgio Vinagre, da Administração Regional de Saúde do Norte. O responsável explicou que a Norte do país existe «um programa específico» que consiste num «intenso trabalho de formação».

Na área do Porto, existem cerca de 57 consultas disponíveis e perto de 500 médicos e enfermeiros com formação na área tabágica. «Estamos com 28 por cento de condições do que desejamos, mas prontos para aumentar, dentro de pouco tempo, essa capacidade para 50 por cento», explicou o responsável que adiantou: «Há já muitas dezenas de consultas marcadas para o primeiro trimestre deste ano. Sente-se desde o final do ano passado uma maior procura junto dos médicos de família».

Em Lisboa, o diagnóstico da situação está a cargo de Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (CPPT). O responsável afirma não ter dados que permitam perceber qual a demora para ter acesso a uma consulta, mas adianta ao PortugalDiário que está prevista abertura, em breve, de mais oito consultas, a juntar às 25 já existentes. Estão também previstos mais dois cursos de formação de profissionais, um em Fevereiro e outro em Junho.

Luís Rebelo afirma que na generalidade «há mais procura», mas «se continuarmos neste caminho não estamos mal de todo». O presidente do CPPT salienta, no entanto, que faltam algumas condições como um «reforço dos recursos humanos» e de «espaços».

No Centro do país, o responsável da ARS, Luís Oliveira, afirma que ainda não tem dados concretos sobre a afluência às consultas, mas confirma o aumento de procura das cerca de 40 consultas disponíveis na região.

Na semana passada, o director-geral de Saúde, Francisco George, afirmou na primeira reunião do grupo técnico consultivo sobre a nova lei do tabaco, que actualmente estão disponíveis cerca de 200 consultas em todo o país. Saiba aqui onde.
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