Ordem dos Médicos desafia ministro da defender SNS - TVI

Ordem dos Médicos desafia ministro da defender SNS

Saúde: bastonário envia carta ao ministro

José Manuel Silva exortou Paulo Macedo a ser «voz reivindicativa da saúde» no Governo

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O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, exortou hoje o ministro Paulo Macedo a ser «a voz reivindicativa da saúde» no Governo, sabendo «motivar os profissionais» do setor, noticia a Lusa.

José Manuel Silva disse que o ministro da Saúde deve «obrigar o Governo a governar mais e melhor», sem «nunca se deixar enrouquecer em defesa do melhor que Portugal tem»: o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No 4º Congresso do Sistema de Saúde Português, realizado este mês, «tivemos o grato prazer de ouvir Tom Lawry, da Worldwide Health at Microsoft, elogiar o SNS português e os magníficos resultados que atinge, a baixo custo», afirmou.

O bastonário dos médicos intervinha, na tarde de hoje, na abertura do 16º Congresso Nacional de Medicina, cujo programa inclui o 7º Congresso Nacional do Médico Interno, organizado pela Ordem e que decorre até sexta-feira do auditório principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

«O que a Ordem dos Médicos tem para oferecer aos portugueses é um patamar de qualidade e conhecimento que não se encontra facilmente noutras organizações e instituições», congratulou-se o bastonário.

A Ordem «nunca poderia confundir uma singela listagem de medicamentos agrupados por grandes patologias, demasiado simplista para ter uma aplicação clínica útil, com normas de orientação terapêutica, ou mesmo com normas de orientação clínica», exemplificou.

Por outro lado, segundo José Manuel Silva, esta organização profissional «nunca fecharia os olhos à exportação paralela de medicamentos, com prejuízo dos doentes portugueses, através de uma empresa do seu universo», nem «nunca esconderia perversamente informação sobre biodisponibilidade dos medicamentos genéricos».

O bastonário fez várias críticas ao Governo, que disse estar «transformado numa espécie de administrador de massa falida, cumprindo temerosa, obedientemente e sem ideias as regras dos credores, com uma estranha fé de que austeridade extrema possa gerar crescimento».

Na sua opinião, «é estranho ouvir dizer que a sustentabilidade do SNS não está garantida, considerando que a dívida do SNS representa apenas 0,5 por cento da dívida total de Portugal».

José Manuel Silva realçou «os extraordinários resultados» do SNS português, «evidenciados no relatório da OCDE de 2011» e fez algumas propostas para garantir o «financiamento do SNS».

Se, por hipótese, estivesse no Governo, o bastonário «envidaria todos os esforços para evitar que se instalasse uma cultura de descrença e uma dramática sensação de desmoronamento do SNS», do qual cabe ao ministro da Saúde ser «o seu guardião».
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