«Cena de gritaria» no Aeroporto de Santa Maria - TVI

«Cena de gritaria» no Aeroporto de Santa Maria

  • Portugal Diário
  • 23 out 2007, 22:57

Said Jaziri estava a ser deportado do Canadá esta segunda-feira

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Um imã tunisino, Said Jaziri, deportado do Canadá na segunda-feira, fez uma «cena de gritaria, queixando-se de dores» à chegada ao Aeroporto de Santa Maria, nos Açores, onde o seu avião fez escala, escreve a Lusa.

Esta informação foi prestada à agência Lusa por uma agente dos Serviços de Fronteiras Canadiano (CBSA) na Província do Quebeque, de onde Jaziri foi repatriado.

Em entrevista à Radio Canada, Said Jaziri, já na Tunísia, afirmou ter sido torturado psicológica e fisicamente pelos agentes fronteiriços canadianos que o acompanharam durante as 13 horas de duração da sua viagem até que aterrou no país de origem.

Em resposta, as autoridades canadianas negaram os maus tratos, indicando que ele foi apenas algemado. Segundo declarou à agência Lusa uma responsável do CBSA no Quebeque, na viagem de regresso à Tunísia, a bordo de um avião «charter», Jaziri fez algumas escalas, uma delas em Portugal, no Aeroporto de Santa Maria, Açores, aonde chegou terça-feira de madrugada (hora portuguesa).

Foi no aeroporto açoriano que Jaziri, após pedir para ir à casa-de-banho, quando se apercebeu que estava numa zona pública, atirou-se ao chão, aos gritos, queixando-se de dores. «Os nossos agentes acharam que [aquela situação] era sobretudo um espectáculo», declarou um responsável do CBSA à agência noticiosa Canadian Press.

«Por isso, eles tiveram de o algemar e levaram-no de volta ao avião, em Portugal. Não tinham razão para lhe bater, apenas utilizaram uma correia de borracha nas suas pernas», acrescentou.

Na viagem de deportação, Jaziri foi acompanhado por cinco agentes do CBSA até pisar o solo na Tunísia, onde foi entregue às autoridades locais. A ordem de expulsão de Said Jaziri foi dada na sequência da revogação do seu estatuto de refugiado, que gozava desde 1998.

As autoridades assinalam que ele prestou declarações falsas, quando da sua chegada ao país, tendo omitido o seu o cadastro criminal em França, onde esteve preso. Líder de uma mesquita em Montreal, Said Jaziri captou as atenções dos media devido às posições polémicas que assumiu, como a defesa da criação de um tribunal da chária (lei islâmica) no Canadá e o incitamento a protestos da comunidade árabe em Montreal, na sequência da publicação das caricaturas de Maomé há dois anos na Dinamarca.
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