Casa Pia: juíza «chuta» para canto - TVI

Casa Pia: juíza «chuta» para canto

Imagem da bola de futebol entregue esta quarta-feira, por Carlos Cruz, em tribunal

Bola de futebol apresentada, em tribunal, por Carlos Cruz não foi aceite como prova

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O ex-apresentador de televisão apresentou, no passado dia 28 de Maio, várias provas e documentos para serem juntos ao processo da Casa Pia. Entre eles, uma bola de futebol, que no seu entender provaria que no dia 20 de Março de 1999, nunca poderia ter estado em Elvas como tinha sido referido pelo co-arguido, Carlos Silvino (Bibi).

Ana Peres, a magistrada que preside ao colectivo de juízes, indeferiu, esta terça-feira, a junção da bola de futebol ao processo por considerar que «avaliando o que tinha sido dito pelo arguido», em sede de julgamento, esta «não ajudaria a formar a convicção do tribunal». Ou seja, não considerou o esférico «uma prova relevante» para a descoberta dos factos. Mas deferiu os restantes documentos e cassetes de vídeo.

Recorde-se que a sessão do dia 28 de Maio, tinha sido suspensa para que todas as partes envolvidas no processo se pronunciassem, relativamente aos documentos apresentados por Carlos Cruz.

José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino, terá no decorrer desses dias suscitado «a falsidade» dos documentos levados a tribunal pelo ex-apresentador de televisão e, no seu entender, até haver uma decisão sobre esse requerimento, Carlos Cruz não deveria prestar mais esclarecimentos.

A magistrada assim não entendeu e o ex-apresentador voltou a tomar a palavra para explicar algumas questões colocadas em 2005, pelo Ministério Público e os advogados das testemunhas e que, na altura, optou por não responder.

Carlos Cruz tentou esclarecer situações em que, por exemplo, no dia 3 de Dezembro de 2000, o seu veículo passava na portagem de Carcavelos, ao mesmo tempo que o seu telemóvel fazia accionar a antena de telemóveis na zona de Benfica. Recorde-se que o ex-apresentador afirmou, nos seus primeiros depoimentos, que havia um carro apenas conduzido por si.

Esta terça-feira o apresentador acabou por admitir que, em algumas situações, o veículo foi conduzido por Carlos Mota, que trabalhou consigo durante vários anos.

No dia acima descrito, Carlos Cruz garante que esteve com a filha na final do Master`s Cup, que se realizou no Pavilhão Atlântico, na Expo. Depois, como tinha um convite para um jogo de futebol - Benfica/Sporting - para esse mesmo dia e era só um convite, o ex-apresentador contou que pediu a Carlos Mota para levar filha a casa e trazer o carro de volta para a zona do estádio da Luz.

Entre outras dúvidas levantadas, Carlos Cruz explicou também porque motivo fazia levantamentos de grande quantidades de dinheiro. Um dos motivos estava relacionado com o medo de sofrer penhoras ou ver as suas contas congeladas. «Por isso, tinha sempre pouco dinheiro nas contas bancárias», justificou.

As explicações do ex-apresentador não ficaram concluídas e Carlos Cruz vai continuar a ser ouvido na próxima quinta-feira de manhã, dia 19 de Junho. Para esse mesmo dia está também marcada a audição do médico Ferreira Diniz, co-arguido.

No início da sessão, a juíza Ana Peres, exortou ainda todas as partes envolvidas no caso, a apresentarem todas as provas que querem juntar ao processo, o mais rapidamente possível. Lembrou a magistrada que, só nas últimas três semanas, tinham sido juntos «mais quatro volumes, ao processo, com mais de 1200 páginas».
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