Ladrões de ourivesaria «corridos a tiro» condenados à prisão

O Tribunal de Alenquer condenou esta quarta-feira a penas de prisão entre seis e nove anos os quatro autores do assalto à mão armada a uma ourivesaria no Carregado cujo proprietário respondeu com tiros, que feriram um dos assaltantes.

«Os arguidos demonstraram grande formação profissional nestas lides», disse a presidente do coletivo de juízes, Manuela Pereira, durante a leitura do acórdão, no qual ficou provada a maior parte dos factos da acusação do Ministério Público.

Os quatro arguidos, entre os 21 e os 28 anos, três dos quais com elevados antecedentes criminais, foram condenados, a penas de prisão de seis anos, sete anos, oito anos e seis meses e nove anos, depois de terem confessado a autoria da tentativa de assalto a uma ourivesaria no Carregado.

Antes de ser conhecida a condenação, o coletivo de juízes procedeu a uma alteração da qualificação jurídica dos factos, alargando o crime de homicídio qualificado na forma tentada, de que apenas um dos homens era acusado, aos restantes três arguidos.

Os quatro homens, que estavam a aguardar julgamento em prisão preventiva, foram condenados pelos crimes de roubo agravado na forma tentada, homicídio qualificado na forma tentada, falsificação de matrículas automóveis e detenção de arma proibida. Dois deles foram ainda condenados pelo crime de incêndio e outro pelo crime de condução sem habilitação legal.

Em novembro, deslocaram-se num veículo com matrículas falsas ao Carregado, onde tentaram entrar na ourivesaria empunhando uma caçadeira furtada.

Como a porta estava fechada, partiram os vidros da montra com martelos.

Os atos chamaram a atenção do proprietário da ourivesaria, que, vindo da casa de banho, respondeu apontando a arma de defesa pessoal e disparando vários tiros sobre os assaltantes.

Um dos suspeitos apontou a caçadeira em direção ao homem, que por sua vez atingiu com vários tiros o agressor. O assaltante permaneceu ferido no interior da ourivesaria, enquanto os restantes se colocaram em fuga.

Dois dos autores da tentativa de assalto incendiaram o veículo em que se fizeram transportar, sendo mais tarde localizado pela Polícia Judiciária, que acabou por efetuar buscas domiciliárias.

O tribunal não conseguiu provar que o arguido tenha efetuado dois disparos em relação ao proprietário da ourivesaria.