Governo lamenta agressões da PSP a jornalistas - TVI

Governo lamenta agressões da PSP a jornalistas

Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um processo de averiguação. Bloco quer Miguel Macedo no Parlamento com urgência

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O Ministério da Administração Interna enviou um comunicado às redações a «lamentar» os episódios de violência ocorridos na manifestação desta quinta-feira, no Chiado, em Lisboa, nos quais dois fotojornalistas foram agredidos pela PSP.

«O Ministério da Administração Interna lamenta os incidentes ontem verificados no Chiado e que envolveram jornalistas», refere o comunicado.

Na nota, pode ler-se que a Inspeção-Geral da Administração Interna já abriu um «processo de averiguação» aos incidentes, «sem prejuízo das diligências entretanto desencadeadas pela PSP sobre os mesmos factos».

O MAI informa que vai «convidar» o Sindicato dos Jornalistas e os diretores de informação dos órgãos de comunicação social para «reuniões, na próxima semana, tendo em vista a adopção de procedimentos adequados no sentido de evitar a ocorrência futura de idênticos incidentes».

«O Ministério da Administração Interna assegura que tudo fará para conciliar a necessidade de garantir a tranquilidade e ordem públicas com o exercício do direito à informação», concluiu o comunicado.



Entretanto, o Bloco de Esquerda quer que o ministro da Administração Interna vá ao Parlamento com urgência explicar a «violência gratuita» e a «intervenção desproporcionada» dos agentes da PSP sobre jornalistas e pessoas que se «manifestavam pacificamente» na quinta-feira em Lisboa.

«Dada a informação que veio a lume, quer pela comunicação social quer em todas as redes sociais» relacionada com a atuação da PSP nas manifestações de quinta-feira, realizadas no âmbito da greve geral, o BE apresentou hoje um requerimento em que pede a audição «com caráter de urgência» de Miguel Macedo na Assembleia da República, disse à Lusa a deputada Cecília Honório.

«Os factos é que há cidadãos que se manifestavam pacificamente ontem e que foram alvo de uma violência gratuita e de uma intervenção desproporcionada por parte das forças de segurança. Bem como jornalistas que exerciam a sua atividade profissional e que mesmo depois de terem sido identificados foram alvo de agressões», acrescentou a deputada.

Para o Bloco de Esquerda, «isto é absolutamente inaceitável. Esta violência gratuita compromete evidentemente o direito à informação, à atividade profissional dos jornalistas e o exercício do direito de manifestação de tantos cidadãos que se manifestavam pacificamente».

«Nós queremos que o senhor ministro esclareça de facto o que é que se passou, a que é que é que se deve esta intervenção tão desproporcionada, uma vez que é a segunda greve geral em que a atuação das forças de segurança deixa muitas dúvidas, já aconteceu assim na última greve geral», sublinhou Cecília Honório.

Segundo a deputada, o BE que saber que forças de segurança estavam «efetivamente no terreno, qual era a sua atuação prevista, quais foram as indicações dadas pelo Governo, qual é, por exemplo, o papel dos agentes infiltrados no contexto das manifestações de ontem».

«Porque nos preocupa, temos ouvido nos últimos dias declarações, até de responsáveis da PSP, no sentido em que estavam a ser preparadas estratégias especiais e um reforço da intervenção e que estariam a estudar os mecanismos da intervenção das forças de segurança na Grécia. E nós queremos saber porquê», concluiu.
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