Submarinos: Rui Santos assinou papéis em nome de António Roquete - TVI

Submarinos: Rui Santos assinou papéis em nome de António Roquete

Submarino nuclear

Arguido, acusado de burla e falsificação, diz ter assinado documentos sem fazer ideia de que faziam parte do contrato de contrapartidas

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O arguido Rui Moura Santos, da Inapal Plásticos, disse esta terça-feira que assinou dois documentos relacionados com o contrato de contrapartidas pela compra de dois submarinos, «mas em nome de António Roquete», presidente do conselho de administração da empresa, noticia a Lusa.

O director comercial da Inapal Plásticos foi ouvido esta terça-feira na fase de instrução do processo submarinos/contrapartidas onde dez arguidos, dos quais dois alemães, estão acusados de burla e falsificação de documentos.

«Confio completamente nele (António Roquette), assino sem quaisquer restrições», admitiu o arguido, explicando que assinou os dois documentos sem fazer a mínima ideia de que faziam parte do contrato de contrapartidas e tão somente porque António Roquette estava no Brasil e lhe pediu para o fazer.

Questionado sobre o contrato das contrapartidas e o compensation agreement (acordo de compensação indemnizatória no caso de não cumprimento das contrapartidas), o arguido garantiu que apenas «ouviu falar» deste últimos nas quatro reuniões que teve com a ACECIA (Agrupamento Complementar de Empresas para a Indústria Automóvel), desconhecendo o papel da Ferrostaal em todo o processo.

No final da audição, o arguido, que está a acusado de burla e falsificação de documentos e a quem o Ministério Público pediu uma caução de 15 mil euros, afirmou que nunca «teve consciência de que estivesse a praticar actos ilícitos ou a prejudicar alguém».

Submarinos e os contractos de contrapartidas

O processo submarinos/contrapartidas tem dez arguidos (três alemães e sete portugueses), considerando o Ministério Público que todos «actuaram previamente acordados, em comunhão de esforços, deliberada, livre e conscientemente, bem sabendo que as suas condutas eram punidas por lei».

Os sete portugueses acusados são José Pedro Sá Ramalho, Filipe Mesquita Soares Moutinho, António Parreira Holterman Roquete, Rui Moura Santos, Fernando Jorge da Costa Gonçalves, António Lavrador Alves Jacinto e José Mendes Medeiros.

Do lado alemão, a acusação foi deduzida contra Horst Weretecki e Antje Malinowski, da empresa Man Ferrostaal e Winfried Hotten, com domicílio em Walmanger, Essen, Alemanha.

Em causa está a celebração de um contrato de contrapartidas entre o Estado Português e o German Submarine Consortium e a sua execução para a compra de submarinos.

O Estado português contratualizou com o consórcio alemão German Submarine Consortium a compra de dois submarinos em 2004, quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional.
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