Oito anos de prisão por sequestrarem casais

O Tribunal Judicial de Ponte de Lima condenou hoje a penas de oito anos e de oito anos e seis meses de prisão os dois indivíduos acusados de crimes de roubo e sequestro perpetrados sobre dois casais de namorados, refere a Lusa.

O colectivo de juízes imputou a cada um dos arguidos a prática de quatro crimes de roubo, quatro de sequestro e um de simulação de crime.

Na leitura do acórdão, a juíza presidente lembrou que só um roubo tem uma moldura penal que vai dos três aos 15 anos de prisão, pelo que admitiu que, face à natureza e quantidade dos crimes, a pena aplicada acabou por ter «espírito natalício e de Ano Novo».

«O tribunal ponderou, de certa forma, o início do ano e o Natal», salientou a presidente do colectivo.

A confissão integral dos factos e a ausência de antecedentes criminais foram dois factores que pesaram a favor dos arguidos, enquanto que no outro prato da balança o tribunal colocou a comunhão de esforços com que actuaram, o plano que gizaram para atacar as vítimas e a «violência» da sua actuação.

Um dos advogados de defesa já admitiu que poderá interpor recurso, não propriamente por discordar da medida da pena, mas sobretudo por razões processuais, que têm a ver com o facto de um arguido estar acusado noutros processos idênticos.

Os factos remontam a Dezembro de 2006 e ocorreram durante a noite, em locais ermos de Ponte de Lima e Viana do Castelo.

Segundo a Polícia Judiciária (PJ) de Braga, que deteve os dois indivíduos em Março de 2007, os arguidos partiam, com recurso a um machado, o vidro dos carros onde os casais se encontravam, agrediam-nos e depois, sob ameaça de uma arma de fogo, obrigavam um deles a ir levantar dinheiro ao Multibanco, enquanto sequestravam o outro.

O elemento masculino do casal era metido dentro da mala do carro enquanto a mulher era levada até uma caixa Multibanco, onde era obrigada a fazer um levantamento de 100 euros.

No âmbito das investigações, a PJ apurou que os detidos, com 27 e 42 anos de idade e residentes em Braga e Vila Nova de Famalicão, teriam praticado, com idêntico "modus operandi", mais de duas dezenas de roubos na região do Minho, nomeadamente nos concelhos de Braga, Guimarães, Barcelos, Ponte da Barca e Póvoa de Lanhoso.

Aquando da detenção dos suspeitos, a PJ apreendeu uma pistola ponto 22, réplica de uma pistola e 11 telemóveis.