Noite Branca: única testemunha não identificou homicidas - TVI

Noite Branca: única testemunha não identificou homicidas

Julgamento do caso Noite Branca

«Berto Maluco», que viria também a ser assassinado, foi ouvido pela PSP na altura da morte de Aurélio Palha, nada disse

Relacionados
A única testemunha presencial do homicídio do empresário Aurélio Palha, que também veio a ser morta quatro meses depois, nada disse ao polícia que registou a ocorrência sobre os ocupantes da viatura de onde surgiram os disparos fatais.

O próprio agente da PSP, Paulo Santos, confirmou ao colectivo de juízes incumbido de julgar mais este caso do dossier «Noite Branca» que o segurança Alberto Ferreira («Berto Maluco») apenas lhe contou que os disparos foram efectuados do interior de uma carrinha Mercedes.

«Não deu detalhes sobre os ocupantes», acrescentou o polícia.

Em anterior sessão de julgamento, a viúva de Alberto Ferreira, Andrea Machado, referiu que, numa fase imediatamente após o homicídio, o marido nada lhe contou sobre os ocupantes da viatura. Mas, mais tarde, assegurou-lhe que na Mercedes seguiam «Pidá», que teria sido o autor dos disparos, o co-arguido Mauro Santos e uma terceira pessoa que não é arguida no processo.

Aurélio Palha foi morto com disparos feitos a partir de um automóvel Mercedes na madrugada de 27 de Agosto de 2007, quando se encontrava à porta da sua discoteca do Porto, a Chic. Conversava então com Alberto Ferreira, que desta feita escapou, mas também veio a ser abatido a tiro, em Dezembro seguinte.

Além de Bruno «Pidá», estão acusados pelo homicídio consumado do empresário e tentado do segurança os arguidos Mauro Santos, Tiago Nogueira («Chibanga») Miguel Silva («Palavrinhas»), Ângelo Ferreira («Tiné») e Augusto Soares.

Nesta sessão testemunharam também o líder dos Superdragões, Fernando Madureira - para quem Bruno «Pidá» «era amigo de Aurélio Palha» - e o dono de um ginásio habitualmente frequentado por alguns arguidos e pessoas das suas relações, Rómulo Silva, segundo o qual «havia um mau ambiente entre Aurélio Palha e o Berto», apesar de aparentemente o primeiro trabalhar para o segundo como segurança.

Os depoimentos de ambos surgiram a propósito de encontro que precedeu o homicídio, durante o qual «Berto Maluco» teria exigido uma clarificação sobre uma alegada colecta para contratar um advogado de renome a fim de ajudar a família de Nuno Gaiato - outro segurança assassinado durante a espiral violenta de 2007 no Porto - a constituir-se assistente no respectivo processo-crime.

«Contos e ditos», comentou Rómulo Silva.

O episódio acabou com «Berto Maluco», que estava sob suspeita nesse caso, a agredir Rómulo Silva, que teve de ser conduzido ao hospital por Fernando Madureira.
Continue a ler esta notícia

Relacionados