«Jogo de cadeiras» nas universidades - TVI

«Jogo de cadeiras» nas universidades

Alunos fazem Dança das cadeiras

Alunos descontentes com afastamento destes órgãos das instituições

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Estudantes da Universidade de Coimbra recriaram esta terça-feira o «jogo de cadeiras» para mostrarem o seu afastamento dos órgãos de gestão das instituições de ensino superior com a entrada em vigor, em 2007, do novo regime jurídico do sector, noticia a Lusa.

«Este jogo de cadeiras significa o que foi o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior [RJIES] e os efeitos que causou na actual configuração das instituições do ensino superior», declarou o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Jorge Serrote, que promoveu a iniciativa na Baixa da cidade, na Praça 8 de Maio.

Cada corpo universitário nos actuais órgãos universitários estava representado por jovens de blusas com dísticos e cores distintas, os «membros externos» a negro, os «docentes» a branco, os «funcionários» a azul e os «estudantes» de traje académico.

Cada mudança de canção significava a procura das cadeiras, em que normalmente eram os estudantes a ser excluídos, para ficarem cinco entre 35 elementos, o peso que hoje têm no Conselho Geral da Universidade de Coimbra, o novo órgão máximo das instituições de ensino superior.

A lei de autonomia universitária (que foi substituída pelo RJIES) «tinha plasmada uma paridade» entre estudantes e docentes, uma configuração afastada com a entrada em vigor do novo regime jurídico, segundo os promotores da iniciativa.

«Se em 1962, de onde vem a comemoração do dia do estudante, se falava em gestão democrática e na defesa do peso dos estudantes dos órgãos de gestão, parece que agora voltamos um pouco a essa discussão», observou Jorge Serrote.

Acção social

Jorge Serrote lembrou ainda o problema actual de alguns estudantes com dificuldades económicas, reivindicando «um reforço da acção social escolar para fazer face a estas situações que a crise apenas veio agudizar».

Também no Porto, alunos da Faculdade de Letras (FLUP) aproveitaram o Dia do Estudante para se manifestarem hoje contra as «insuficiências da acção social escolar» e o processo de Bolonha.

Sandra Martins, um dos cerca de 60 alunos que participaram na concentração «simbólica» à frente da FLUP, lembrou ainda que a FLUP tem «falta de meios» e de «professores»: «Estive em aulas sentada no chão, porque criam turmas enormes com só um professor», revelou.

Outra das preocupações da Associação de Estudantes prende-se com as «dificuldades financeiras» de muitos estudantes.

Manifestação

Por estes motivos, os estudantes da FLUP agendaram já para o dia 1 de Abril uma manifestação em frente à Reitoria da UP. A intenção é celebrar o Dia das Mentiras, criticando a insuficiência da acção social, revelou Ruben Coelho.

Para o dia 15 de Abril está prevista a ocupação pacífica de um espaço da FLUP, para uma manifestação de luto pelo estado do ensino superior.
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