Tráfico humano: em Portugal a maioria são homens - TVI

Tráfico humano: em Portugal a maioria são homens

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Casos detectados no país, em 2010, eram homens alvo de exploração laboral

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A maioria das vítimas de tráfico de seres humanos detectadas em Portugal em 2010 eram homens alvo de exploração laboral, segundo dados oficiais divulgados esta quarta-feira, em Bragança, pelo Observatório de Tráfico de Seres Humanos (OTSH), escreve a Lusa.

No ano passado, foram confirmados em Portugal 22 casos de tráfico de seres humanos, entre eles sete vítimas portuguesas, e «ao contrário do que as pessoas pensam a maior parte é do sexo masculino», segundo Joana Wrabetz, do OTSH.

A exploração laboral na agricultura e construção predominam nos dados oficiais de 2010 que, segundo aquela responsável, se encontram em validação no Ministério da Administração Interna e deverão ser disponibilizados «dentro de duas semanas».

Alguns dos números foram apresentados em Bragança numa conferência inserida na campanha nacional «não estás à venda», que visa divulgar e alertar, sobretudo, a comunidade escolar para aquela que é considerada «a versão moderna da escravatura».

O observatório sinalizou em 2010, através de cruzamento de dados com diferentes entidades e organismos, 86 potenciais vítimas deste crime em Portugal.

Destas, 22 foram identificadas e confirmadas como vítimas de tráfico humano, «o grosso nas zonas centro e norte do país», de acordo com Joana Wrabetz.

Relativamente aos restantes casos sinalizados, 29 enquadram-se noutros crimes e 35 encontram-se ainda em investigação.

As vítimas confirmadas são de diferentes nacionalidades. Além dos sete portugueses, há outras vítimas oriundas da América Latina (a maior parte do Brasil), África e também de países europeus como Roménia, Bulgária e Reino Unido.

O crime de tráfico de seres humanos é punido com uma pena até 12 anos de prisão, mas nem sempre é de fácil detecção, como salientou, em Bragança, a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo.

«Este crime é associado indevidamente, muitas vezes, apenas à prostituição, mas não é verdade», afirmou, explicando que «incide muito em meio laboral, na adopção ilegal de menores e na extracção de órgãos».

Segundo a secretária de Estado, «uma área onde existe com alguma complacência social é o trabalho doméstico e é o mais difícil de detectar porque incide em propriedade privada».
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