«País não perdoa a grandeza daqueles que se distinguem»

Manuel Alegre tomou partido de José Saramago, no âmbito da polémica em que está envolto o novo livro do Nobel da Literatura.

Em declarações à TSF, Alegre diz que Portugal não perdoa «a grandeza» a quem se distingue: «As pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz. Eu por vezes também não estou de acordo com aquilo que o Saramago diz. Mas, como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa? Isso é um preconceito. São resquícios do dogmatismo».

«A primeira condição é ler o livro do Saramago. As pessoas podem gostar ou não gostar, podem estar de acordo ou não estar de acordo. Não lhe podem negar o direito de ele escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por ele exprimir as suas opiniões. E menos ainda por ele ser um grande escritor. E menos ainda por ser um Prémio Nobel»,frisou, concluindo:

«Este é um país onde não se perdoa a grandeza daqueles que se distinguem. Ao Saramago, fundamentalmente, goste-se ou não do que ele escreve ou diz, não se perdoa que seja um português que se atreveu a ganhar o Prémio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus».