Taxas de reprovação a Matemática baixam radicalmente - TVI

Taxas de reprovação a Matemática baixam radicalmente

Ministra da Educação

Em Matemática A houve uma redução de 11% e a Matemática B de 17%

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ACTUALIZADO ÁS 20H15

A taxa de reprovação no exame de Matemática A do 12º deste ano baixou para 7 por cento, contra os 18 por cento do ano passado, numa prova em que a média de notas foi de 12,5 valores, informa a agência Lusa.

A taxa de reprovação de 7 por cento dos 36.674 alunos que fizeram este ano a prova de Matemática A é menos de metade da verificada no ano passado (18 por cento) e cerca de um quarto da de 2006 (29 por cento), indicam os dados oficiais distribuidos hoje à tarde pelo Ministério da Educação (ME).

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Em relação aos alunos internos (ou seja, os que frequentaram a disciplina durante todo o ano), a média obtida foi de 14 valores, 3,4 valores acima do que se verificou em 2007, ano em que pela primeira vez a média obtida por estes alunos foi superior a 10 valores.

No total dos alunos, ou seja incluindo os alunos que alunos que já estavam chumbados e se auto-propuseram a exame, a média é de 12,5 valores (mais 2,1 valores do que os 9,4 de 2007).

Matemática B ainda com melhores resultados

Na Matemática B (prova realizada por 6.731 alunos), a média de resultados foi de 11,4, uma subida em relação aos 7,5 valores verificada em 2007.

A taxa de «chumbos» neste exame foi igualmente de 7 por cento contra os 24 por cento de 2007 e os 30 por cento em 2006.

Na Matemática Aplicada às Ciências Sociais o cenário é inverso: a média de 9,6 valores obtida este ano pelos 8.533 alunos é inferior aos 11,5 valores do ano passado. Também a taxa de reprovações aumentou de 7 por cento em 2007 para 13 por cento este ano.

Em comunicado, o Ministério da Educação enaltece a «melhoria» nos resultados da Matemática, «que se verifica pelo terceiro ano consecutivo». Acrescenta que os resultados deste ano resultam do «efeito combinado de três factores»: «mais tempo de trabalho e estudo por parte dos alunos acompanhado pelos professores [...] no âmbito do Plano de Acção para a Matemática; provas de exame correctamente elaboradas, sem erros e com mais tempo de realização e um maior alinhamento entre o exame, o programa e o trabalho desenvolvido pelos professores».

A tutela salientou ainda a «elevada correlação (0,71) entre as classificações internas e as do exame nacional».

Sociedade de Matemática critica

O presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática recusa dizer que a subida de notas do exame de 12º ano revele uma melhoria de ensino e acusou o ministério da Educação de estar a dar um «péssimo sinal» aos alunos.

«É o milagre da multiplicação das notas», comentou ironicamente Nuno Crato, lembrando que «há muito tempo» que a Sociedade Portuguesa de Matemática anda a dizer que os exames que o ministério tem feito não são comparáveis de ano para ano e que este ano a falta de comparação «ainda é mais patente».

«Nada se pode concluir sobre comparação de resultados», afirma, contrapondo a posição do ministério sobre a melhoria de notas que diz ser resultado de «mais tempo de trabalho e estudo por parte dos alunos acompanhado pelos professores», «provas de exame correctamente elaboradas, sem erros e com mais tempo de realização» e um «maior alinhamento entre o exame, o programa e o trabalho desenvolvido pelos professores».

Nuno Crato diz que «ninguém pode acreditar que os resultados traduzem uma melhoria de ensino» pois «da maneira como o ministério está a conduzir os exames» essa melhoria não se pode avaliar.
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