Crise: urgências podem fechar por falta de médicos - TVI

Crise: urgências podem fechar por falta de médicos

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Os cortes orçamentais que proíbem a contratação de novos clínicos podem levar ao fecho das urgências e a quebra na qualidade de serviços dos hospitais

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O apertar do cinto nas contas públicas, corta a eito em tudo. A saúde não é excepção. Os hospitais portugueses não podem contratar novos médicos ou médicos tarefeiros.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, avisa, em declarações ao DN: «Ando há 30 anos a tentar descobrir como se fazem omoletes sem ovos, mas ainda não consegui».

Urgências, consultas ou cirurgias são serviços que podem ficar condicionados ou até mesmo fecharem em alguns hospitais. Uma coisa é inevitável. «Sem recursos só temos uma de duas soluções: ou os serviços fecham ou os critérios de qualidade vão ter que baixar», explica Pedro Nunes.

Os hospitais não podem contratar médicos a empresas, os chamados médicos tarefeiros, também têm que cortar nas horas extras e, muito menos, contratar novos médicos para substituição daqueles que saem para a reforma. A única excepção reside precisamente nos médicos reformados ou que pediram a reforma antecipada. Estes podem continuar a trabalhar. Mas, é preciso ter em conta que os médicos com mais de 55 anos não são obrigados a fazer urgências e estão dispensados do trabalho nocturno a partir dos 50.

Ou seja, feitas as contas, as urgências serão as grandes vítimas das medidas de contenção orçamental. Sem contar com médicos tarefeiros, sem contar com médicos a trabalharem mais do que a jornada normal e sem contar com os médicos mais velhos.

O problema afecta os grandes e os pequenos centros hospitalares. Por esclarecer está se estas medidas também se aplicam aos hospitais-empresa. Com o Verão e as férias dos profissionais à porta, adivinham-se tempos difíceis nos hospitais portugueses.
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